Novo trecho da BR-010 é martelo batido; é hora de pensar em novas estratégias

Dinomar Miranda, Brasília (DF).

Vamos conversar um pouco sobre infraestrutura e desenvolvimento socioeconômico da região Nordeste de Goiás e Sudeste do Tocantins.

Recentemente este Blog externou a preocupação com o novo trajeto da BR-010, que sai de Brasília (DF), pela GO-118, até a ponte do Rio Paranã, em Monte Alegre (GO), e deve pender à esquerda até o município de Paranã (TO), cortando uma área sem povoações.

Adiantei que esse desvio, que deve economizar cerca de 150 km na viagem entre Brasília e Palmas (TO), pode prejudicar demasiadamente a economia local.

Como se pode prever, deve diminuir drasticamente o tráfego de veículos e de pessoas em Monte Alegre, Campos Belos e Arraias e, por óbvio, o comércio e os serviços dessas cidades, que aumentaram significativamente desde a criação da rota Palmas/Brasília pela GO-118, deverá se tornar pífio.

Essa pedra tenho “cantado” há anos.  

Semana passada, um experimente engenheiro do Dnit, com vasta experiência na região, nos ligou e conversamos por mais de 30 minutos.

Ele disse que o desvio da BR-010 é martelo batido. Não há mais volta. A rodovia é um projeto antigo e o governo federal não vai voltar atrás.

A dúvida que ainda persistia era se o trecho passaria por Cavalcante (GO) ou no trecho após a ponte do Rio Paranã, com sete pontes a menos. Após os estudos técnicos, verificou-se que o impacto ambiental  seria muito maior e o obra muito mais cara pelo trajeto via Cavalcante (GO).

Então não foi difícil fazer a escolha.

O que resta à região?

O experiente engenheiro trouxe uma boa sugestão que poderá, ao menos, minimizar o impacto social e econômico que o desvio da BR-010 vai proporcionar a Campos Belos e a Arraias (TO): pavimentar a GO-452, entre Campos Belos (GO) e o distrito de Pouso Alto, até o encontro com a BR-020, no Oeste Baiano.

Segundo o especialista, essa nova rota pavimentada poderá trazer um pouco do tráfego da BR-020 com destino a Palmas (TO)  e incrementar a produção e o transporte de adubos produzidos em Arraias.

“Há também a questão do turismo ecológico das Serras Gerais. O asfaltamento da GO-452 vai facilitar esse turismo que começa a despontar no sudeste do Tocantins e se ligar à Chapada dos Veadeiros e à Terra Ronca”, afirma.

E temos que concordar com o engenheiro.

É hora de traçar estratégias para que essa região do nordeste de Goiás e sudeste do Tocantins, ao menos, minimize os impactos negativos que o novo trecho da rodovia BR-010 vai impor a esses municípios regionais.  

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