Julgamento de acusados da morte do ex-prefeito Zé da Covanca, de Monte Alegre (GO), é adiado

O juiz  Antônio Fernandes de Oliveira  adiou o julgamento dos acusados da morte do ex-prefeito de Monte Alegre de Goiás, Zé da Covanca. A sessão do tribunal do júri ocorreria nesta quinta-feira (21), em Goiânia. O crime aconteceu em 1999 e o ex-vice-prefeito Antônio Pereira Damasceno é acusado de organizar o assassinato.

A sessão chegou a ter início, às 8h30 desta quinta, com a presença dos acusados José Roberto Macedo Pinheiro, Floriano Barbo Rodrigues Neto e Luiz Carlos Medeiros – o réu Antônio Pereira Damasceno se ausentou. Contudo, o juiz do 4º Tribunal do Júri suspendeu as atividades após dois réus (José Roberto e Luiz Carlos) alegarem não ter advogados, “pois não tiveram tempo para tanto”.

De acorco com a ata do Tribunal de Justiça, José Roberto declarou, ainda, que não tinha confiança no defensor público dele. Após suspender os trabalhos, o magistrado deu dez dias para os acusados nomearem advogados. Caso isso não ocorra, o próprio juiz escolherá os defensores públicos.

Quem são os acusados:

Antônio Pereira Damasceno, conhecido por Toinho;
José Roberto Pinheiro Macedo, o Zé de Filó;
Floriano Barbo Rodrigues Neto;
Luiz Carlos Medeiros, conhecido por participar do sequestro de Wellington Camargo, irmão dos cantores sertanejos Zezé Di Camargo e Luciano.

José Roberto e Luiz Carlos foram os acusados que não apresentaram advogados, sendo que o primeiro disse “não ter confiança em que o defensor escolhido patrocinasse sua defesa”.

Conforme as investigações, o então prefeito foi encapuzado e morto a tiros na porta de sua casa. Todos os quatro acusados respondem por homicídio cometido mediante pagamento ou promessa de recompensa e praticado à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.

Em nota, o advogado Ronaldo David, responsável pela defesa de Floriano Neto, informou que nos autos não existem provas tarifadas e periciadas da participação do acusado como suposto mandante do crime. Disse ainda que ele estava atuando como policial no dia do ocorrido.

O G1 também entrou em contato com a defesa de Antônio Pereira solicitando um posicionamento em relação às acusações contra ele, por meio de mensagem enviada às 15h08, e aguarda um retorno.

Por não terem advogados, a reportagem não conseguiu localizar os demais acusados.

Participação dos acusados

Antônio Pereira Damasceno
De acordo com a denúncia do Ministério Público, ele era vice-prefeito do município e foi denunciado como mandante do crime. A denúncia apontou que ele estaria rompido politicamente com a vítima e, com a sua morte, tinha a perspectiva de assumir a prefeitura da cidade.

José Roberto Pinheiro Macedo
Ainda conforme a denúncia, o acusado José Roberto foi servidor público na administração da vítima e havia sido demitido do cargo, se associando a Antônio Damasceno, apontado pelo MP como mandante do crime. Ainda segundo o MP, ele foi o responsável por “agenciar a contratação e o transporte dos pistoleiros para a cidade”.

Floriano Barbo Rodrigues Neto
Floriano também havia sido demitido do cargo que ocupava meses antes do crime, era policial civil na cidade e, conforme a denúncia, auxiliou na empreitada, emprestando seu veículo para que José Roberto levasse mantimentos aos pistoleiros.

Ele, mesmo sabendo que o crime ocorreria, permaneceu em silêncio, descumprindo, de acordo com as investigações, seu dever como agente de segurança pública.

Luiz Carlos Medeiros
Na época, ele era conhecido como assaltante e sequestrador e, conforme o MP, participou do sequestro de Wellington Camargo, irmão dos cantores sertanejos Zezé di Camargo e Luciano. Segundo a denúncia, ele foi um dos três pistoleiros contratados para matar o então prefeito de Monte Alegre de Goiás.

De acordo com as investigações, foi prometido pagamento para executar o crime, bem como informações sobre transporte de dinheiro para as prefeituras da região.

No entanto, o MP não explicou o desfecho dos outros dois atiradores que teriam sido contratados para o crime.

Julgamento cancelado em 2016

Os acusados seriam julgados em agosto de 2016, na comarca de Campos Belos, que abrange Monte Alegre, mas o júri foi suspenso por decisão do juiz Eduardo Pio Mascarenhas depois que alguns jurados foram procurados por parentes dos réus.

De acordo com o MP, houve a mudança de foro do julgamento, por suspeita de quebra de imparcialidade do corpo de jurados. Com isso, o julgamento desta quinta-feira aconteceria em Goiânia.

O Tribunal de Justiça explicou ainda que, geralmente, a demora deve ter ocorrido por questões de inquérito e recursos.

Fonte: G1 e Mais Goiás

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