Goiás perde o jornalista Batista Custódio, fundador do Diário da Manhã, aos 88 anos

Aos 88 anos, o jornalista Batista Custódio morreu nesta sexta-feira (24), em Goiânia.

Ele é o fundador do jornal Diário da Manhã. O filho contou que Batista estava internado há 20 dias para tratar uma pneumonia.

“Ele era um dos maiores editorialistas do país, ele fazia muitos editoriais, tinha uma capacidade política muito grande”, descreveu Júlio Nasser, filho de Batista.

Batista foi diagnosticado com câncer no pulmão há pouco mais de dois anos e chegou a tratar com imunoterapia. No entanto, o filho disse que ele morreu por conta da pneumonia.

Batista era casado e teve 6 filhos, um dele faleceu. O velório está previsto para acontecer no Cemitério Jardim das Palmeiras, a partir de 12h.

“Ele era muito honesto, tinha o dom da escrita e era um grande jornalista”, desabafou o filho.

Carreira

Júlio contou que o pai começou a trabalhar em 1956 com agrimensura, se tornou editor no antigo Instituto Federal de Tecnologia e fundou seu primeiro jornal, chamado de “A Luneta”. Em 1959, fundou o jornal “Cinco de Março”.

Na década de 1980, Batista fundou o Diário da Manhã, um dos mais tradicionais veículos de Goiás. Há quatro anos, o jornalista se aposentou, mas continuava atuando no jornal, segundo o filho.

“Ele sempre foi o editor geral do jornal. Sempre foi jornalista, ele vivia jornalismo, duas semanas antes de morrer ele ajudava a fazer a primeira página. Ele sempre foi da redação”, contou o filho.

Nota de Luto da Família de Batista Custódio

Prezado povo goianiense, hoje o mastro da Imprensa Brasileira ergue a Bandeira da Liberdade a meio mastro.

O jornalista Batista Custódio lutou bravamente nesta madrugada, após ter entrado na UTI do Hospital São Francisco de Assis. O corpo de 88 anos não mais comportava o espírito combativo do guerreiro que inspirou gerações de jornalistas, amigos e familiares, e deixou um legado permanente de luz, luta e resignação.

O retorno à Pátria Espiritual se deu as 8h25, neste 24 de Novembro, que agora tornou-se um marco de reflexão.

Ainda ontem, quinta-feira, ele recebeu uma última carta psicografada do filho Fábio Nasser. A carta foi lida para Batista Custódio, em voz alta, ontem, as 22h30.

E atendendo ao desejo verbal dele, que gozou de lucidez plena até o instante final, a mensagem está aqui na íntegra. A psicografia resume a admiração não só de um, mas de todos os filhos que acompanharam, de perto, uma das sagas mais brilhantes da história goiana e nacional, mas acima disso: a história de um ser humano que ensinou a bravura e a candura como virtudes permanentes das almas que seguem, qual apóstolos, a Jesus.

Atenciosamente, a família.

“Meu pai.

Quero me espelhar em você.

Sua força, sua garra, quantos já teriam se entregado? Mas você é como uma rocha, com todas as dores e ainda assim segue firme na fé, na determinação que a hora ainda não chegou.

Guerreiro é assim mesmo, o corpo tombado, mas o espírito altivo, segue honrando o lutador que existe dentro do peito.

E nessas horas, em que estamos entregues a verdades latentes, vem meu guerreiro e nos faz ver que somos fracos diante dessa força descomunal que se chama sobrevivência.

Que espírito é este que insiste em não cair no sono profundo da carne? És forte, digno de toda nossa reverência, me curvo diante de ti, e me orgulho em ser teu filho.

Sigo segurando suas mãos, não para ajudá-lo, mas para o senhor me fortalecer diante da vida.

Meu guerreiro, meu pai.
Fábio Nasser Custódio dos Santos”