UTI em Campos Belos (GO) e iluminação do aeródromo deviam ser prioridades absoluta

A morte do pequeno Luiz Miguel, para além de nos entristecer demais, trazer aquela sensação terrível de incapacidade e de frustração, nos remete também a levantar, novamente, carências antigas e imprescindíveis da nossa comunidade de Campos Belos (GO).

Uma delas é por que até hoje a cidade mais longínqua da capital, a 600 km, não possui ao menos um leito de UTI?

Isso deveria ser prioridade absoluta.

O pequeno Luiz Miguel ficou quase que 24 horas a espera de um leito de UTI, numa cidade distante e sem recursos.

Só conseguiu após uma quase mendicância. Isso é inaceitável. E quando saiu, por sua fragilidade, como iria resistir a uma viagem tão longa e penosa?

O Estado de Goiás é rico, tem disponibilidade financeira para criar leitos de UTIs, de forma regionalizada. Mas parece que falta vontade política.

Em palavras chulas, “culhão”: que significa coragem, atitude, ousadia, atrevimento.

Da mesma forma, falta vontade política para levar iluminação noturna ao aeródromo da cidade para se permitir voos noturnos. Se não se tem UTIs, ao menos isso, que é mais simples.

Ontem à noite a primeira pergunta foi: o SAMU Aéreo pode fazer o deslocamento?

Não. O aeródromo não possui iluminação noturna e não pode receber voos.

Estamos no século XXI, ano 2022. Isso é serviço básico.

Não estamos aqui procurando culpados por uma tragédia, anunciadíssima.

Mas também não podemos fechar os olhos para certa inércia de uma classe – digo a política – que tem o poder nas mãos e fica esperando que as coisas caiam do céu.

De políticos demagogos e de “cara pra cima”, como dizia a minha saudosa avó, estamos fartos.

Para a sociedade, que paga seus impostos e quer um serviço público de qualidade, não interessa quem o presta, se o governo federal, o estadual ou municipal.

O certo é que, neste caso, parece haver um descompasso enorme entre as esferas de poder e de prestação de serviço, que pode custar caro, custar uma vida, como acabamos de assistir, sem nada poder fazer.

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