Esgoto a céu aberto e muito muriçoca atazanam moradores de bairro de Campos Belos (GO)

Centenas de famílias do Setor Novo Horizonte, em Campos Belos (GO), nordeste do estado, estão sendo atacadas diariamente por enxames de muriçocas.

Imagens feitas em várias residências são chocantes. Basta cair a noite para que os pernilongos comecem a atacar, sem distinção de idade ou cor de pele. Idosos e crianças são os mais afetados.

As famílias tentam de tudo para diminuir a incidência dos ataques: aplicação de venenos, armadilhas, mosquiteiros. Tudo em vão.

A causa para a infestação é clara: a falta de saneamento básico e a inexistência de redes de esgoto. Como já publicado anteriormente neste blog, o Governo do Estado gastou milhões de reais, construiu quilômetros de canaletas, instalou canos por diversos metros, mas não concluiu o serviço.

Hoje, enquanto a rede abandonada apodrece, esgotos residenciais são despejados em diversas ruas, como mostram as imagens.

O casamento entre a falta de saneamento e a irresponsabilidade do poder público resulta exatamente no que se vê: a invasão de mosquitos e o aumento do risco de doenças.

As consequências da ausência de saneamento básico vão muito além do desconforto causado pelos insetos. Sem infraestrutura adequada, doenças como dengue, zika, chikungunya e leptospirose encontram terreno fértil para se espalhar. Além disso, a exposição contínua a ambientes insalubres compromete a saúde respiratória, digestiva e dermatológica das pessoas, especialmente de grupos vulneráveis, como crianças e idosos. A situação também impacta a qualidade de vida, dificultando o sono, o rendimento escolar e as atividades cotidianas.

A prefeitura de Campos Belos (GO) já foi procurada, mas lavou as mãos, alegando que a obra é de responsabilidade do governo estadual e que nada pode fazer. Por outro lado, o governo estadual não assume o problema, deixando a população desamparada.

Já passou da hora de o Ministério Público de Goiás intervir e, ao menos, por meio de uma ação civil pública, tomar a iniciativa para forçar o Poder Público a agir. Enquanto o Estado permanece inerte, a comunidade, sempre os mais vulneráveis, paga um preço alto com o comprometimento de sua saúde e dignidade.

Até quando, meu povo?