Mandioca em alta no nordeste de Goiás. Produto está aumentado renda e o emprego
Agricultores familiares de Vila Boa, município na região Nordeste de Goiás, estão acessando materiais de alto padrão genético por meio da instalação de unidades multiplicadoras de manivas de mandioca em propriedades assistidas pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater).
Com a iniciativa, o Governo de Goiás busca impulsionar a produção da raiz na região e apresentar novas tecnologias para pequenos produtores rurais.
O projeto, que teve início em 2019, conta hoje com duas unidades de multiplicação, que já beneficiaram diretamente cerca de 50 famílias rurais. Neste ano, até o momento, oito famílias adquiriram ramas para realizarem o plantio em suas propriedades.
Nas unidades distribuidoras, são cultivadas variedades de mandioca com alto potencial produtivo desenvolvidas por meio de programas de melhoramento genético da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). São cinco variedades de mesa: BRS 396, BRS 397, BRS 398, BRS 399 e BRS 400; e quatro de indústria: BRS 416, BRS 417, BRS 419 e BRS 420.
“Essas cultivares apresentam maior qualidade, mais sabor e produzem maior volume de fécula. O cozimento também é mais rápido e rendem melhor para o produtor.
O intuito é fazer com que vários agricultores familiares da região tenham acesso ao material, possam aumentar sua área de plantio e, consequentemente, suas rendas”, esclarece o técnico agrícola da Unidade Local da Emater em Vila Boa, Marcos de Oliveira Soares.
Além de disponibilizar soluções tecnológicas para produtores de baixa renda, a iniciativa busca avaliar o comportamento das cultivares no Nordeste do Estado. A região é caracterizada pelo baixo índice de chuva e solo pobre em nutrientes, o que pode demandar a utilização de plantas melhoradas para um alcance produtivo maior.
A propriedade do agricultor familiar José Maria da Cunha é um dos locais onde ficam as unidades multiplicadoras. Dos 16 hectares, aproximadamente mil metros quadrados foram direcionados para a implantação do projeto.
“A importância desse trabalho é grande para a agricultura familiar, com geração de renda, alimentação saudável para a população e produção de alimentação animal”, afirma o produtor.
As duas unidades estão situadas na Cooperativa dos Produtores Rurais de Vila Boa (Coperriachinho). Os produtores interessados em adquirir mudas das variedades de mandioca ou tornar suas propriedades centros de distribuição devem procurar o escritório da Emater na cidade de Vila Boa. A entrega das ramas geralmente é feita durante o período chuvoso, época adequada para a realização do plantio.
A ação também é desenvolvida em parceria pela Prefeitura Municipal de Vila Boa, Arranjo Produtivo Local (APL) da Mandiocultura da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE) e Nordeste Goiano, Instituto Sócio Econômico de Desenvolvimento Social (Instituto Transformar), Banco do Brasil, Embrapa Cerrados e Colégio Tecnológico do Estado de Goiás (Cotec).
Casa de Farinha Móvel
Os agricultores familiares de Vila Boa contam, desde 2018, com a Casa de Farinha Móvel, empreendimento do Instituto Transformar que revolucionou a vida dos produtores de mandioca da região. O trailer, equipado com forno, descascador, ralador e prensa, tem capacidade de beneficiar 500 kg de farinha por dia.
“Destaco a importância da atuação da Regional Planalto da Emater em todas etapas de implantação do projeto e na expansão das unidades demonstrativas. Os escritórios locais têm desempenhando ação importante mesmo em meio à pandemia na consolidação do APL da Mandiocultura no Nordeste Goiano”, afirma o coordenador do trabalho pelo Instituto Transformar, Jesiel Campos.
A Casa de Farinha Móvel fica disponível para a comunidade de agricultores, que de maneira simples e eficaz pode processar a mandioca produzida, garantindo novas fontes de renda por meio da farinha obtida. A unidade também foi instalada no município de Planaltina de Goiás.
Mandioca em alta
Nos últimos meses, a mandioca tem ganhado ainda mais evidência após o Governo de Goiás assinar um protocolo de intenções junto à Ambev para o lançamento de uma cerveja produzida com a fécula da raiz. A empresa comprou em 2020 cerca de 700 toneladas de mandioca produzida apenas por agricultores familiares do Estado.
A Emater é responsável pelo mapeamento e organização das famílias fornecedoras, para que produtores de pequeno porte, que têm dificuldade de comercializar seus produtos, sejam contemplados.
O trabalho conjunto do Executivo e da unidade da empresa sediada em Anápolis vai impactar positivamente a vida de aproximadamente 2,5 mil pessoas do Nordeste Goiano, primeira região responsável por fornecer a matéria-prima para produção da bebida.
“Como governador, não podemos ter um viés eleitoreiro. Temos que ter a coragem de assumir Goiás como um todo. Onde o Estado precisar terá a mão forte do governo para combatermos as desigualdades regionais”, destacou Ronaldo Caiado durante o evento de lançamento oficial da cerveja, ocorrido em dezembro último.
Para impulsionar ainda mais a produção da raiz, a Emater executa diversas ações tanto de pesquisa quanto de extensão rural. Uma delas é a pesquisa de melhoramento genético de mandioca desenvolvida na Estação Experimental de Porangatu, município do Norte Goiano.
O trabalho busca principalmente obter variedades mais produtivas, adaptadas às condições das regiões Norte e Nordeste do Estado.
Com informações da Emater