UFC político: crise da Petrobras é o palco da discórdia



Por Jefferson Victor, 


É cada dia mais preocupante o momento econômico que vive grande parte do mundo e o Brasil não está imune a esses acontecimentos.


A crise financeira que está levando o planeta a uma recessão também tem repercussão significativa por aqui.


A falta de consumo externo tem prejudicado nossas exportações, com reflexos diretos em nossa balança comercial e consequentemente há preocupação com as divisas, as quais são tão importantes para a credibilidade da economia de qualquer nação.


O Brasil  vive uma turbulência   política , resquícios do confronto entre os dois principais candidatos que disputaram a Presidência da República,  e com isto, os interesses partidários estão sobrepondo aos  sociais e econômicos que são benéficos  ao povo  brasileiro.


Esse desentendimento tem interferido diretamente nos rumos do país, a oposição intensifica suas ações  não importando se os reflexos desses atos sejam  prejudiciais ao crescimento e desenvolvimento de forma sustentável em todos os aspectos.


A Petrobras, bola da vez, passa pelo seu pior momento, é alvo de investigação e os desvios constatados estão sendo contabilizados na casa dos bilhões e isto tem levado as ações ordinárias da empresa a quedas acentuadas, chegando a níveis perigosos e comprometedores. 


A estatal era uma referência mundial, um dos orgulhos deste país, mas diante de  administrações  desastrosas, tornou-se alvo de uma das mais sérias investigações já realizadas no país, sendo   hoje o principal instrumento de críticas contra o governo federal e seus aliados políticos.


Em função dela, traçou-se um novo paradigma na política. O governo tenta a todo custo devolver a confiança aos acionistas como forma de preservar a imagem de sua mais importante e rentável empresa, e a oposição tenta denegri-la cada vez mais afugentando os atuais e pretensos investidores.


É como  um avião com duas turbinas  soprando   uma  pra frente e outra pra   trás , ele certamente entrará em parafuso e obviamente cairá matando ou ferindo todos os seus ocupantes.


A Petrobrás é Brasil, mas o Brasil não é apenas a Petrobras, os políticos devem ter olhos voltados para os graves problemas sociais que vivemos. 


Temos uma saúde péssima, uma educação decadente, problemas sérios na segurança, desemprego, seca, inflação, falta de energia, consumo e tráfico de drogas, mas parece que o foco que rende dividendos políticos é  somente a referida empresa.


O Poder Judiciário está investigando, os culpados estão sendo apontados e presos, cada qual com sua culpa deve ter sua pena estipulada e os valores desviados devem  ser devolvidos aos cofres públicos, doa a quem doer, independentemente de quais cargos ocupam ou ocuparam, que se chegue ao ponto extremo nas investigações e que nenhum culpado  fique impune.


O que não se pode é ver um país de dimensões continentais com tantos projetos  e reformas parados no Congresso Nacional, e seus ocupantes focados único e exclusivamente em um processo que aos seus  olhos  rende  dividendos  políticos  e que é um objeto facilitador para futuras disputas eleitorais.


Quando se tem uma crise instalada em qualquer setor, o que se espera é a união de forças em busca de soluções, é preciso que os políticos entendam que a união faz a força, e não a “forca” como querem alguns.


É preciso confiar na justiça e dar credibilidade às investigações, queremos ver nossos políticos mostrando os problemas  e buscando soluções, só aparecer nos telejornais com ares de bons moços não dirimem suas culpas em uma classe  tão  desacreditada.


Prudente também é lembrar que quem está na ponta do iceberg é sempre a população mais carente, a que mais sofre com os desmazelos daqueles que os representam e que por falta de compromisso são indiferentes aos  interesses da coletividade.

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