Triplo homicídio em Águas Lindas: polícia diz que mãe foi estuprada após morte

Apesar da rápida prisão do principal suspeito, a família de Suzete dos Santos Miranda, 32 anos, enterrará os corpos da mulher e os dos dois filhos dela com dúvidas sobre o que levou a um ato tão cruel. 


A mulher e as crianças João Vitor, 6 anos, e Joice, 4, foram mortos a facadas ou a tesouradas. Eles foram deixados dentro de casa, até que o cunhado da vítima encontrou o cenário de horror e chamou a polícia, no último domingo. 


A prisão temporária – válida por 30 dias – foi expedida na madrugada de ontem, e o suspeito deve ser levado ao presídio de Águas Lindas (GO) até amanhã. A identidade dele, um cozinheiro, foi preservada pela polícia.


O enterro está programado para as 12h de hoje, no cemitério de Águas Lindas, cidade onde mora parte da família. 


O crime chocou os moradores da Região Metropolitana do DF devido à atrocidade. Além do homicídio, houve abuso sexual. 


O delegado-titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH), Cléber Martins, assegura que ao menos Suzete foi estuprada. O mais sombrio é que o abuso teria ocorrido após a morte da vítima.


A possibilidade do abuso às crianças ainda não foi confirmada e requer mais exames, uma vez que os corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição. 


“Hoje (ontem) foi coletado material biológico do homem preso e enviado para análise em Goiânia”, afirma o investigador. Para ele, com esses resultados será possível garantir a participação do suspeito no crime.


O suposto autor nega qualquer envolvimento no caso, mas admite que ele e a vítima tiveram um envolvimento amoroso por algum tempo. 


Ao delegado, ele alegou que deixou a mulher em casa com as crianças, em segurança, mas que “alguma outra pessoa teria entrado e feito o estrago”.


Porém, Cléber Martins não coaduna com esta suposição: “Não vislumbro nenhum outro autor. A investigação segue com ele como único suspeito. A situação só mudará se forem descobertas novas informações sobre o caso”. Ontem, conhecidos da vítima e do homem detido prestaram depoimento.


Família dá adeus às vítimas hoje


A família de Suzete passou boa parte da segunda-feira no Instituto Médico (IML) de Formosa (GO) para fazer o reconhecimento e tentar a liberação dos corpos. Como os procedimentos demoraram, não houve tempo de o enterro ocorrer ontem. A despedida se dará sem velório, devido ao estado de decomposição dos corpos.


Além das duas crianças mortas, Suzete tinha mais um filho, o mais velho, de 12 anos. Ele mora com uma tia materna e o marido dela, Edvaldo, quem encontrou os corpos. O tio diz que o menino está “bem abalado”. 


“Ele já não tem o pai. Agora, só tem a gente”, lamenta Edvaldo. O homem diz que nem ele nem a esposa conseguiram dormir de domingo para segunda, pensando em tudo que ocorreu na casa da Quadra 40, do Jardim Guaíra II, em Águas Lindas.


Todos eram muito próximos, segundo Edvaldo. Inclusive, o último local em que Suzete e os filhos estiveram foi a casa de Edvaldo e da esposa. 


Eles assistiram à televisão até tarde e depois foram levados para casa pelo suposto autor do crime. A residência em que a família morta morava é de propriedade dele.


Saiba mais


Segundo a investigação, o crime ocorreu na madrugada de sexta, após o suspeito ter deixado as vítimas em casa. 


Um dos motivos que faz a polícia crer no envolvimento do cozinheiro é que ele tinha acesso à casa. A perícia percebeu que nada foi levado da residência e as portas estavam trancadas. Ele teria entrado, cometido o crime e abandonado os corpos.


O cadáver do menino estava caído na sala, coberto com um lençol. No cama do quarto, estava Suzete, apenas de camiseta. 


Ao lado, no chão, estava a menina de dois anos, em posição fetal e com a cabeça embaixo da cama. Ela também estava sem a parte de cima da roupa.


Fonte e texto: Jornal de Brasília 

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