Intimidação via suposta ação judicial


Dois servidores da Prefeitura de Campos Belos nos informaram, nos últimos dias, que o órgão, por intermédio do prefeito Eduardo Terra, vai mover uma ação judicial contra este blog.

Segundo os interlocutores, reiteradamente este veículo de comunicação vem dando notícias inverídicas e com dados errados, o que tem prejudicado a prefeitura.

A gota d’água teria sido a publicação sobre o replantio de árvores feito por taxistas na rodoviária (leia a matéria).

“Houve alguns erros de comunicação na sua publicação”, disse um dos interlocutores, sem citar que erros.

Disse também que o governo do estado de Goiás também estuda mover uma ação contra o Blog, justamente em virtude de outro suposto erro, publicado por este veículo e identificado pela equipe de Eduardo Terra, que ensejaria uma ação judicial.

Teria sido a notícia de que Campos Belos não tinha atingido a meta estadual de vacinação contra a gripe H1N1, publicada em 15 de maio (leia o texto).

A notícia foi publicada após entrevista da gerente de Vigilância Epidemiológica da SES, Magna Maria de Carvalho e publicada em todos os jornais do estado.

Após a publicação neste Blog, a prefeitura entrou em contato, informando que Campos Belos tinha, sim, atingido a meta e que a informação estava errada. 


Publicamos a nota da prefeitura e depois publicamos, no dia seguinte, uma nota da Secretaria Estadual de Saúde retificando o erro do órgão (Veja a nota). 

Ou seja, a informação errada teve como fonte o próprio governo e foi publicada em todo o estado. E apenas este blog se atentou para publicar a retificação.

Obviamente este jornalista entende que a suposta ação judicial ou a simples notícia dela é uma tentativa clara de intimidação.

Uma maneira indireta de tentar embargar as publicações feitas diariamente por este jornalista, que logicamente ora é positiva à prefeitura ora é negativa. 


Um atentado contra o livre exercício do jornalista e à liberdade de imprensa.

Obviamente, o Poder Judiciário está à disposição de todos aqueles que acharem-se lesados em seus direitos. 


Mas o blog está lesando quais direitos da prefeitura ou do prefeito?

Em dar transparência? Em criticar? Criticar ou cobrar responsabilidades é crime desde quando? 


Fazer campanha e se posicionar contra o nepotismo nos municípios é crime ou enseja reparação por danos morais? 

Publicar reclamação de usuários sobre péssimos serviços em hospitais públicos é pauta para ação judicial?

É importante informar que ao longo de dez anos no ar, este blog sempre se pautou pelo respeito e retidão quanto às informações publicadas. 


Preocupados estivemos, sempre que possível, em ouvir os dois lados, e nunca permitir qualquer publicação que ensejasse crimes de calúnia, injuria ou difamação.

Claro que numa notícia há sempre lados positivos e negativos. Resta aos órgãos públicos, principalmente, zelar para serem publicadas matérias positivas, e aquelas negativas, responder e dar respostas à opinião pública.

A postura editorial deste blog não mudou nada nestes dez anos.

Foi assim com as gestões de Aurolino Santos Ninha, por duas vezes, e na gestão do ex-prefeito Sardinha, que também sempre reclamaram das notícias negativas, mas nunca chegaram a ponto de ameaçar ou intimidar com supostas ações judiciais.

Nossas publicações jamais tiveram o intento de perseguir ou tentar prejudicar este ou aquele prefeito. 


Quem conhece a nossa postura ética, sabe que este tipo de ação (perseguição) não faz parte do nosso rol de valores.

O intuito do blog é e sempre foi o de trazer informação para a comunidade e dar transparência, principalmente à gestão da coisa pública.

Afinal, uma comunidade que não se conhece, como irá planejar e dirigir o seu futuro?

Se se concretizar a ameaça de ação judicial, este Blog irá informar oficialmente aos Sindicatos dos Jornalistas Profissionais de Brasília, de Goiás, do Tocantins e de Pernambuco, onde sou filiado, assim como a Federação Nacional dos Jornalistas e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), sobre as tentativas de intimidação de trabalho jornalístico por parte de um órgão público, para que as entidades tomem as providências cabíveis e as devidas publicações. 

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