Anemia falciforme: Secretaria de Saúde de Goiás lança projeto de saúde para população quilombola

A Secretaria de Saúde de Goiá (SES) inicia rastreamento para detecção tardia do traço falcêmico e  da anemia falciforme, doença hereditária com maior incidência em  populações afrodescendentes.

Comunidades rurais quilombolas serão testadas  numa iniciativa inédita no país

A anemia falciforme é uma forma de anemia crônica e hereditária de elevada prevalência no mundo e no Brasil, especialmente entre as populações afrodescendentes.

Para conhecer a realidade dessa ocorrência em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou um rastreamento por meio de testagens sanguíneas específicas, em parceria com o Hemocentro Estadual Prof. Nion Albernaz, junto às comunidades rurais quilombolas.

A iniciativa inédita no país contempla a realização de testagens para detecção tardia da Anemia Falcifome e do Traço Falcêmico nas comunidades quilombolas rurais no estado de Goiás e capacitação dos profissionais de saúde.

O lançamento do projeto acontece na Comunidade Engenho II, na cidade de Cavalcante, na segunda-feira, 12/09, às 9h da manhã, com a presença do secretário de Saúde do Estado, Sandro Rodrigues, da Secretária Municipal de saúde de Cavalcante, Elcilene Francisco Sousa e demais autoridades locais.

O trabalho será desenvolvido pela Superintendência de Saúde Mental e Populações Específicas (Susmep), em parceria com a Rede HemoGO, Superintendência de Atenção Integral à Saúde (SAIS) e secretarias municipais de saúde e durará um ano.

A primeira fase do projeto acontecerá com as populações quilombolas dos municípios da Regional de Saúde Nordeste I,  que abrange Campos Belos, Cavalcante, Divinópolis de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás. 

Saúde em dia
Por meio da coleta de amostras de sangue é possível identificar anemia falciforme tardia e traço falcêmico.

Caso seja identificada a doença, o paciente será encaminhado para o serviço de saúde e aconselhamento genético, além do tratamento com uso de medicação, se for o caso. 

O Hemocentro, além de coletar sangue para o exame, fará o  banco de dados de medula óssea. Além da testagem será feita uma capacitação com os profissionais de saúde dos municípios sobre a doença, seus agravos, os encaminhamentos quanto aos atendimentos de saúde e um aconselhamento genético, com objetivos assistenciais e educativos.

Outro objetivo da SES, a partir do projeto é a criação de um protocolo de entrega dos resultados dos testes do pezinho em todo Estado.

Entenda anemia falciforme  e traço falcêmico

A anemia falciforme está entre as doenças genéticas mais frequentes em nosso país. É uma deformidade e enrijecimento dos glóbulos vermelhos, que passam a ter o formato de “foice”, por isso o nome Falciforme, o que afeta sua passagem pelos pequenos vasos e capilares.

Como consequência, ocorrem fenômenos de oclusão de pequenos vasos, causando infartos com lesões de órgãos diversos e episódios de dor.

Já o traço falcêmico em si, não é uma doença. A pessoa que tem apenas o traço, não é doente e não necessita de tratamento pois não apresenta prejuízos com relação à sua saúde. Contudo, é importante que recebam orientação genética quanto à possibilidade de gerar filhos com o traço e/ou com a Doença Falciforme. 

A escolha das comunidades quilombolas se dá pelo grande índice de casamento interparentais nessa população, bem como o um maior número de partos domiciliares e falta de acesso aos aparelhos básicos de saúde para a realização do teste do pezinho. 

De acordo com a superintendente de Saúde Mental e Populações Específicas, Milena Bemfica, muitas pessoas, mesmo tendo passado pela triagem neonatal, não sabem que possuem a anemia ou o traço falciforme. Por isso, descobrir a doença e o traço falciforme é importante para o planejamento familiar.

Com informações da SES

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