A Covid venceu: 21 dias de esperança, agonia, angústia e tristeza

Por Jefferson Victor,

Era dia 27 de julho, encontrei minha irmã em Goiânia e surpreendentemente ela me disse que foi comunicada que nosso irmão Júnior havia contraído Covid 19 e estava em condições muito desfavoráveis.

Naquele momento voltei no tempo, fiz um retrospecto e senti que essa maldita doença poderia nos causar danos permanentes.

Entubado e removido para Goiânia, chegou em estado desanimador.

Pela manhã boletins da UTI se repetiam: gravíssimo, hemodiálise, febre, pressão baixa, aparelho.

Quando muito melhorava uma coisa piorava outra, isso só aumentava nossa angústia.

A tarde médico ligava de vídeo as vezes dava pequena esperança, outras vezes nos colocavam a par do real quadro.
Eu era o primeiro contato do hospital e quando telefone tocava o coração pulsava mais forte, medo de receber notícias ruins.

Foram dias de muita tensão.

Pcr, creatinina, intubado, saturacao, hemodialise, leucócitos, gasometria, ureia, pronação, doação de sangue, traqueostomia fraldas, material de higiene e muitas outras coisas, essa era a tônica do meu dia a dia.

Parentes e amigos nos davam apoio, muitos telefonemas, mensagens, orações, grupos watszap faziam publicações com pedidos de melhora.

Noites de aflição e agonia, era o período em que não tínhamos nenhuma informação.

Até que as 17h06 minutos do dia 17 de agosto, após 21 dias sofridos , sou chamado ao hospital, justamente no horário que seria a visita por vídeo.

Vi que era de lá e já imaginei o pior.

Tomei remédios para hipertensão e com o meu filho seguimos rumo ao Hospital do rim.

Subimos até uma sala ao lado da UTI, a psicóloga nos aguardava, nos chamou para uma pequena sala, logo chega o médico que acompanhava o Júnior, fez uma breve explanação e quando disse a palavra infelizmente, ele lacrimejou, compartilhou nosso sofrimento e o que eu suspeitava, infelizmente se confirmou.

E agora como avisar os parentes?

Difícil mas iniciamos os telefonemas e começamos providenciar retirada do corpo. Éramos quatro para as tarefas, a funerário retirou o corpo e iniciamos o traslado.

Júnior estava a três dias de tomar segunda dose. Era infartado, ex-fumante, diabetes e sedentário o que contribuiu muito para sua morte. Essa doença não respeita nada, é como um furacão, se não morre pelo vírus, passa por sequelas que podem levar a óbito.

Estou contando a minha história para que muitos tenham a noção do que é lutar tanto e ser vencido pela Covid.
Vacine, cuide-se, proteja seus parentes, não se deixe levar por questões politicas ou religiosas que pregam a não vacinação.

Não siga a cartilha do mal, acredite na OMS, salve sua vida, ela é única.

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