Suposta empresa aplica golpe em Campos Belos (GO) envolvendo “bombeiros mirins”

Ao menos 12 pessoas de Campos Belos (GO), no nordeste do estado, podem ter sido vítimas de um golpe aplicado por uma empresa que supostamente oferecia serviços de “bombeiros mirins” em escolas. Um dos pais prejudicados relatou ter perdido quase R$ 2 mil e procurou o blog para denunciar o caso.

Segundo os pais, integrantes da empresa, vestidos com uniformes semelhantes aos da polícia, visitaram diversas escolas públicas e privadas da cidade oferecendo o serviço. No perfil da empresa no Instagram, é possível ver imagens que levantam sérias preocupações, como crianças de apenas 10 anos manipulando botijões de gás em situações que simulavam incêndios, algo extremamente irresponsável.

Especialistas alertam que atividades como essas, conduzidas sem supervisão qualificada e medidas de segurança adequadas, expõem as crianças a riscos graves, como queimaduras, explosões e intoxicações por gás. Além disso, o manuseio de equipamentos inflamáveis por crianças sem treinamento certificado aumenta significativamente a probabilidade de acidentes, colocando em perigo não apenas os menores, mas também quem estiver próximo.

Outra preocupação envolve o impacto emocional e psicológico. Participar de simulações de emergência sem o devido preparo pode causar traumas ou gerar uma falsa sensação de confiança, levando crianças a subestimarem os riscos em situações reais. Tais práticas, se realizadas sem responsabilidade, contrariam todos os protocolos de segurança defendidos por corporações como o Corpo de Bombeiros.

De acordo com informações divulgadas pela própria empresa, chamada “Herói Mirim Plango”, o projeto seria destinado a crianças entre 6 e 13 anos. Os pais eram orientados a pagar 12 parcelas de R$ 150,00, além de uma taxa de R$ 50,00 para garantir a vaga.

O problema surgiu quando os representantes da empresa desapareceram com o dinheiro sem ministrar qualquer curso, configurando, ao menos, o crime de estelionato.

Nota da Secretaria de Educação

Após o ocorrido, a Secretaria de Educação do município emitiu uma nota esclarecendo que “nunca foi permitida a entrada de estranhos dentro das Unidades Educacionais”. A pasta destacou medidas de segurança, como instalação de portões eletrônicos, interfones com câmeras e a ampliação do sistema de monitoramento.

Ainda segundo a nota, os golpistas se apresentaram como membros do Corpo de Bombeiros ou do Exército, enganaram as equipes gestoras das escolas e ofereceram cursos pagos aos pais. A Secretaria afirmou que a empresa nunca procurou autorização formal junto ao órgão e destacou que, mesmo que tivesse solicitado, não seria autorizada. O caso foi comunicado à polícia, ao Corpo de Bombeiros e ao Ministério Público.

Nota do Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) também emitiu uma nota oficial, esclarecendo que o “Projeto Herói Mirim” não possui qualquer vínculo com a instituição. O texto destacou que a empresa não tem autorização para:

  • Usar uniformes ou insígnias;
  • Representar o CBMGO oficialmente;
  • Utilizar a imagem do Corpo de Bombeiros.

A corporação recomendou à população que, ao buscar atividades similares, verifique credenciais educacionais, fundamentação teórica e prática do curso, além da qualificação dos profissionais. A nota destacou ainda que o projeto oficial, denominado PROEBOM – Bombeiro Mirim, é realizado em parceria entre o CBMGO, a Prefeitura Municipal e a Secretaria de Educação.

O Blog não encontrou qualquer contato para falar com a empresa. Em ela se posicionando sobre as acusações, será o texto imediatamente inserido neste post.