Um país sem idosos

Um dos grandes reflexos sociais da pobreza hiatiana pode ser comprovado no perfil etário da população. A expectativa de vida no país não ultrapassa aos 49 anos, um dos índices mais baixos do mundo e o pior das Américas.

O índice de 49 anos na expectativa de vida foi atingido pelos Estados Unidos no início do século XX. Só para efeito de comparação, hoje o Japão é o primeiro colocado neste ranking, com 81,6 anos de expectativa de vida. Em seguida vêm Suécia (80,1), Hong Kong (79,9), Islândia (79,8) e Canadá (79,3). O último do ranking é a Zâmbia, com 32,4 anos. Próximos ao Brasil (71,9) estão países como Colômbia (72,2) Suriname (71,1) China (71,0), Paraguai (70,9) e Equador (70,8).

O Haiti tem cerca de 8,5 milhões de habitantes, com quase 4 milhões de crianças e adolescentes. O que impede o povo hatiano de chegar na fase idosa é um emaranhado de problemas. O principal deles é a fome, seguida da falta de saneamento básico, vacinas, antibióticos, cuidados médicos preventivos e eletivos bem como educação e informação.

O pior dos males que assombra o país é a desnutrição. Aproximadamente quatro milhões de pessoas passam fome no Haiti, quase a metade da população, 47%, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Os dados são de outubro do ano passado. As crianças são as principais vítimas: 23% delas são menores de cinco anos, não têm o que comer e sofrem com a desnutrição crônica.

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