Uai, doutor: delegado é suspeito de se apropriar de bens apreendidos em operações

Na última quarta-feira (9), o juiz Gabriel Lisboa Silva afastou Rafhael Neris Barboza, 29 anos, de sua função de delegado da Polícia Civil de Goiás. 


A decisão ocorreu após denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) de que Rafhael Neris teria supostamente cometido os crimes de peculato, falsidade ideológica e prevaricação enquanto atuava como delegado-titular em Uruaçu (GO).

Escrivães relataram ao MP que Rafhael, além de praticar desvio e apropriação, fazia doações de itens apreendidos durante as investigações policiais sem autorização. 


As irregularidades foram descobertas após a transferência dele para a comarca de São Miguel do Araguaia, quando o delegado que assumiu a delegacia de Uruaçu realizou um inventário interno.

De acordo com portal G1, a defesa do delegado alega que ele não foi notificado formalmente da decisão. 


“Ele não foi comunicado da respectiva decisão”, e que “uma vez formalmente ciente dos termos da decisão, irá, por óbvio, cumpri-la, e depois tomar as medidas cabíveis e necessárias ao esclarecimento da verdade”.

Segundo o documento assinado pelo magistrado, as apropriações teriam ocorrido em 2019, e Rafhael, valendo-se de sua posição, teria se apropriado de aparelhos celulares, uma geladeira duplex e uma televisão, todos os objetos seriam fruto de apreensões em inquéritos da Polícia Civil.

Testemunhas confirmam ter recebido os objetos como doação. 


“Tais depoimentos estão em consonância com os diversos documentos apresentados no Inquérito Policial, os quais evidenciam que o denunciado não mantinha relação impessoal com os objetos apreendidos, em investigações passadas e em curso”, diz a decisão.

A Justiça determinou que o delegado devolva as armas de fogo à Corregedoria da Polícia Civil e não se aproxime da delegacia de Uruaçu ou das testemunhas durante as investigações.

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