Sessentei, mas ainda não estou idoso

Chegar aos sessenta anos é um marco na vida de qualquer pessoa. 
É como se tivesse jogado o “primeiro tempo” de uma partida de futebol, e daí pra frente já cresce uma dúvida por quanto tempo mais se consegue ter fôlego para a “segunda etapa”.

Normalmente, as incertezas começam a aparecer. O condicionamento físico e a memória ficam bem mais comprometidos, geram maior insegurança para dirigir, atravessar rua, viajar sozinho e para completar: comorbidades.

Esse é o cenário para a maioria dos indivíduos, porém esses fatores variam muito de acordo como cada um se preparou para essa nova etapa. 
Uns são otimistas e enxergam aí uma chance de começar vida nova, para procurar aproveitar o muito que ainda lhe resta, enquanto outros são entreguistas e só pensam em administrar doenças e falar da proximidade do fim da vida.

Eu chego aos sessenta com uma idade mental bem inferior à física. Sou otimista, procuro estar sempre com a mente ativa, me envolvo com problemas da coletividade e para isto uso as redes sociais para me manifestar, e com isto, tenho muitos seguidores que sempre me incentivam e dão combustível para seguir em frente.

Nunca tive vida fácil, descendente de família pobre, desde os seis anos de idade comecei a trabalhar devido as condições daquele tempo. Tinha que rachar a lenha, pisar milho pro cuscuz, pisar arroz, além de pegar água para encher o tambor em uma única torneira na cidade de Taguatinga, hoje Tocantins naquele tempo Goiás, cidade em que nasci e morei em duas oportunidades ainda criança.

Sempre lutei pela minha subsistência. Tive bons empregos, trabalhei por conta própria e ainda hoje estou em plena atividade, me sinto ainda jovem e tenho fôlego para jogar essa “segunda etapa” e espero não “sair de campo” por tão cedo.

Para muitos, sessenta é a melhor idade. Eu aprendi que o tempo é apenas uma sequência. Toda etapa da vida é boa, basta ser otimista e encarar todos os momentos como os melhores da sua existência.

A palavra “idoso” assusta, principalmente em um país em que o Estatuto é tão desrespeitado. Países civilizados tratam seus velhinhos com carinho devido, são preferenciais, com assistencialismo adequado, aposentadoria digna, as pessoas levantam pra dar lugar em ônibus e trens, ajudam a atravessar uma avenida, respeitam prioridade em filas.

Chegar aos sessenta não é fácil. Imaginar nesse trajeto quantos obstáculos tivemos que vencer, quantos perigos nos rondaram e tivemos que sobreviver a eles. 

Passamos por período de Ditadura, pacotes econômicos desastrosos, governantes incompetentes, desastres naturais e, por fim, uma pandemia por aqui mal conduzida e que tirou a vida de 355 mil pessoas, muitos deles ainda jovens e que não poderão comemorar a idade em que cheguei agora.

Sou casado, tenho uma família que me faz feliz, esposa, filhos, netos, irmãos, tias e uma série de amigos que conquistei ao longo dos tempos, e hoje sei que estão felizes com a minha jornada.

Ao atingir essa marca, quero em primeiro lugar agradecer a Deus por ter me dado a chance de chegar até aqui, e tenho fé que ele me levará bem mais adiante, que eu ainda possa beneficiar das coisas boas que a vida ainda tem para me oferecer.

Então, comemorando, posso bradar: sessentei!!!

Comentário do blogueiro 

Hoje o nosso querido Jefferson Victor completa 60 anos de idade, bem vividos, por sinal.
Victor é nosso principal colaborador aqui no Blog, próximo a completar 10 anos de labuta junto às telas e aos anseios sociais. 

Ao longo desse período, deu para conhecer um pouco de sua personalidade. Ele é daqueles caras honesto, duro, mas sensível ao mesmo tempo, principalmente com as coisas humanas, inteligente e acima de tudo muito bem relacionado.

Para além disso, tem uma visão muito apurada sobre justiça social, como bem revela seus textos e sua luta diária pela paz social e pelo bem comum.

Neste seu dia especial, agradeço-lhe imensamente por sua parceria e amizade. Muita luz no seu caminho, saúde e prosperidade, junto à sua digníssima família. 

Como você bem diz “o tempo é apenas uma sequência. Toda etapa da vida é boa, basta ser otimista e encarar todos os momentos como os melhores da sua existência.” 

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