“Nova peste”: América do Sul confirma primeiro caso de varíola do macaco

Em uma nota divulgada nesta semana, o Ministério da Saúde da Argentina informou que está investigando seu primeiro caso suspeito de varíola do macaco no país.

O caso seria o primeiro a ser registrado na América do Sul.

De acordo com informações, o paciente é um morador de Buenos Aires que se contaminou enquanto estava em uma viagem à Espanha. O país europeu já registrou alguns casos do novo vírus.

De acordo com ministério, o homem apresenta sintomas “compatíveis com o da varíola dos macacos”, entre eles erupções cutâneas e febre.

Desde o aparecimento dos sintomas, o homem segue em isolamento, recebendo os tratamentos adequados.

Ainda de acordo com o ministério, ele se encontra em bom estado e não corre risco de morte.

Anvisa recomenda uso de máscara

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está pedindo reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves para retardar a entrada do vírus da varíola do macaco no Brasil.

Desde o início do mês, ao menos 180 ocorrências da doença foram confirmadas no mundo.

O Ministério da Saúde instituiu ontem uma sala de situação para monitorar o cenário da varíola do macaco no Brasil. A rara doença pode chegar nos próximos dias, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. No domingo foram registrados casos suspeitos na vizinha Argentina.

A varíola do macaco é, na verdade, uma doença original de roedores silvestres, mas isolada inicialmente em macacos. É frequente na África, porém de ocorrência muito rara em outros continentes.

Cientistas acreditam que o desequilíbrio ambiental esteja por trás do atual surto, mas não veem razão para pânico. “Acho muito difícil que [a doença] não chegue aqui”, afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez. “Mas se trata de uma doença considerada benigna.” Além disso, existem tratamento e vacinas.

Mas é necessário o alerta, segundo a chefe da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da USP, Anna Sara Levin.

“Essa transmissão pessoal é um pouco preocupante, temos de entender se houve uma adaptação do vírus ou contato muito intenso entre as pessoas.””É mais um problema que vem se somar ao nosso quadro atual”, disse Urbaez. “O ponto positivo é que a nossa vigilância está muito sensível, conseguindo detectar os problemas em tempo real.”

Apesar das recomendações da Anvisa, a OMS destaca que a transmissão entre humanos não é comum e se dá por meio do contato prolongado entre pessoas, como beijos e relações sexuais.

Com informações do Estadão

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