Nossa previsão tem se confirma; Idoso com Covid-19 morre em cadeira por falta de UTI no Tocantins


A demora na transferência de pacientes com Covid-19 do interior do estado do Tocantins para hospitais de maior capacidade tem sido preocupante. 


O idoso Francisco Pereira, de 68 anos, passou as últimas horas de vida sentado em uma cadeira no hospital público de Pedro Afonso (TO), com dificuldades de respirar. 

Depois de muitos dias aguardando, ele conseguiu um leito de UTI em Araguaína, mas na hora da transferência faltou uma ambulância. O idoso não resistiu e morreu.

Esta era uma preocupação muito batida neste Blog, logo no início da pandemia.

Se o sistema de saúde público já era ruim em dias “de normalidade”, imagine em um contexto de pandemia? 

Na oportunidade, externamos a nossa preocupação de que quando a doença chegasse nas classes mais pobres, nas periferias e nas pequenas cidades do interior, seria um caos. 

Dizíamos em março, que “por enquanto a doença ainda era de rico”.

Nossa previsão tem se confirmado todos dos dias. 

“Procuramos vaga para ele em Palmas, disseram que não tinha. Procuraram vaga para ele em Araguaína e também não conseguiu. 

Me falaram que iam fazer exame nos pulmões dele e aí disseram que tinha arrumado uma vaga em Araguaína, mas não tinha a UTI móvel, não tinha o carro para levar ele”, relatou o filho Edson Silva.

A Secretaria de Saúde informou que tem disponibilidade de leitos para casos moderados, leves e graves da Covid-19.

No estado, há outros relatos de demora na transferência. 


O idoso Manoel Rodrigues Costa, de 77 anos, passou cinco horas dentro de uma ambulância esperando por um leito no Hospital Regional de Porto Nacional, na região central do estado.

“É angustiante você ver um parente seu passando por uma situação tão difícil e você ver um sistema de saúde precário, um atendimento que deveria ser mais humanizado, deveria ter uma equipe pronta para receber até porque o hospital aqui é referência”, lamentou o sobrinho do idoso, Wellington Aires.

Mais de 80% dos casos de Covid-19 no Tocantins estão nas cidades do interior, e na maioria delas, não há leitos de UTI. 


A demora na transferência dos pacientes para as três únicas cidades que têm leitos de tratamento intensivo no estado, Palmas, Gurupi e Araguaína, preocupa a Defensoria Pública.

“Não é crível que depois de 120 dias de Pandemia, e com a experiência acumulada, nós ainda tenhamos demora no transporte de pacientes em estado grave. 


Tenhamos ainda burocracia para acessar vagas, as vezes ainda existentes, e na própria cidade onde está o paciente que aguarda atendimento em estado grave”, disse o defensor Sandro Ferreira.

Até quem está em Palmas enfrenta dificuldades para conseguir um leito de UTI. Esse foi o caso da dona Raimunda Sousa, de 76 anos, que ficou em uma UPA por cinco dias, aguardando transferência. Ela só conseguiu uma vaga na madrugada deste sábado (25).

“Nessa madrugada nós conseguimos fazer a transferência dela para um hospital com mais estrutura, mas ela ainda segue internada. Logo, logo, com fé em Deus, ela estará em casa”, disse a gerente de caixa Mayana Sousa.


Com informações da Folha de Bico 

Deixe um comentário