Muita gente ganhando dinheiro com fakenews sobre Covid, aponta lista do Google à CPI

A CPI da Covid recebeu do Google uma lista com dados sigilosos compostos por canais do Youtube que lucraram com a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia.

Relação com 385 vídeos removidos pelo YouTube ou deletados pelos próprios usuários – entre eles apoiadores do presidente Jair Bolsonaro – foram identificados como propagadores de desinformação sobre as formas de tratamento para a Covid-19. 

O bloqueiro bolsonarista e ex-candidato a prefeito de Goiânia, Gustavo Gayer (DC) ganhou mais de R$ 40 mil para disseminar fake news sobre a doença, segundo a empresa de tecnologia.

Ele é o segundo influencer que mais ganhou dinheiro com esse tipo de publicação inverídica.  A listagem foi acompanhada de quanto cada publicação rendeu aos donos dos canais até saírem do ar.

O primeiro do ranking de quem mais lucrou com fake news é o jornalista Alexandre Garcia. Ele teve 126 publicações tiradas do ar por ele próprio ou pela plataforma.

O conjunto rendeu a ele R$ 70 mil em remuneração pela audiência e publicidade. O goiano Gustavo Gayer, segundo colocado, recebeu R$ 40.709.49. A lista segue com os canais Notícias Política BR (R$ 20,7 mil) e Brasil Notícias (R$ 17,7 mil), que completam as primeiras colocações. Ao todo, os usuários ganharam US$ 45 mil, o equivalente a R$ 230 mil.

O Mais Goiás tentou contato com Gustavo Gayer, mas as ligações não estão sendo completadas. A redação enviou mensagens e aguarda retorno.

Desde o início da pandemia, responsáveis por canais que tiveram conteúdo removido pela plataforma refutam terem publicado desinformação de forma deliberada. Em alguns casos, afirmam ser vitima de censura pelas empresas de tecnologia. Veja a lista completa:

Ao todo, 34 canais foram identificados como disseminadores de fake news no Brasil. Noventa, das 385 publicações consideradas não geraram renda aos administradores.

O Google afirmou à CPI que os vídeos se estão fora do ar, alguns deles por desrespeitarem políticas do YouTube.

Exemplos

O canal Aconteceu na Política alegou sem provas, por exemplo, que “governadores estão estocando vacinas e 6 milhões sumiram” e disseminou mentiras sobre a CoronaVac (“A Vacina de Taubaté de Doria — Bolsonaro sai na frente mais uma vez”).

Em um vídeo do Aconteceu na Política, o youtuber afirma que o Brasil havia superado a porcentagem de população vacinada da Europa, o que nunca ocorreu. Um vídeo com título idêntico do canal de Gustavo Gayer continua no ar. Gayer teve 56 publicações deletadas ou removidas.

CPI da Covid

Dados foram enviados à CPI a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com base em levantamento da Novelo Data sobre publicações que “desapareceram” do YouTube em 2021.

“A propagação de fake news a respeito da pandemia tem sido uma ação orquestrada e com consequências diretas no agravamento do número de mortes pela covid-19”, frisa o senador em seu pedido.

No mundo todo, o Google removeu mais de um milhão de vídeos desde fevereiro do ano passado por disseminarem desinformação sobre a pandemia.

Fonte: Mais Goiás

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