Mata Leão: morador de Posse (GO) morre sufocado durante tentativa de internação em clínica clandestina

Um homem de 35 anos morreu após ser sufocado durante uma tentativa forçada de internação em uma clínica de reabilitação clandestina para dependentes químicos, em Abadia de Goiás.

Nesta terça-feira (1), a Polícia Civil de Goiás deflagrou uma operação onde foram detidas cinco pessoas, incluindo um gerente, os funcionários suspeitos de cometer o homicídio e os proprietários da clínica, que teriam ordenado a internação.

De acordo com o delegado Humberto Soares, a vítima residia em Posse (GO), nordeste goiano, e seria levada para a clínica na região metropolitana de Goiânia.

O delegado esclarece que a vítima enfrentava problemas relacionados ao uso de drogas e, por essa razão, sua família solicitou sua internação na clínica, porém, desconheciam os métodos utilizados no procedimento.

“Três funcionários foram até a casa da vítima, que morava em Posse, e se identificaram como falsos policiais.

Quando o jovem percebeu que se tratava de uma internação compulsória, tentou fugir.

Para imobilizar a vítima, os funcionários aplicaram um golpe de mata-leão. Apesar de ter sido levado para o hospital, o jovem acabou morrendo por enforcamento”, conta.

Soares conta que, à época, após perceberem que o homem morreu com o golpe de “mata-leão”, os funcionários da clinica se dirigiram ao hospital de Simolândia alegando que a vítima havia morrido de “overdose.

Clínica não tinha autorização para funcionar

Segundo o delegado, a clínica não possuía autorização da prefeitura para operar e as atividades já haviam sido suspensas durante uma fiscalização, mas retomaram o funcionamento de forma clandestina.

Além disso, ele pontuou que nenhum dos funcionários da clínica tinham formação na área da saúde e que, inclusive, todos tinham passagem na polícia por tráfico de drogas, lesão corporal, violência doméstica e outros crimes.

Ele ainda afirmou que mais de 15 pessoas relataram que estavam sendo mantidas em cárcere e privado, e que estavam sofrendo violências e ameaças.

“Os internos são dopados diariamente, e não tem nenhum tipo de acompanhamento médico”, disse.

A clínica foi interditada novamente e os 38 pacientes que ainda estavam no local serão encaminhados para a assistência social do município e para seus familiares.

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