Ibama suspende compra de 20 mil retardantes de fogo após ação popular em Cavalcante (GO)


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu a compra emergencial de 20 mil litros de retardante de fogo após uma ação popular movida por moradores do município de Cavalcante, em Goiás. 


O órgão informou à Justiça Federal na sequencia de a mesma ter recebido a ação dos moradores na última sexta-feira (16) contra o ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, e o Ibama, pedindo a proibição do uso de retardantes de fogo em incêndios florestais.

Nos últimos dias, o assunto ganhou âmbito nacional após a confirmação do produto químico ter sido utilizado para conter o fogo na Chapada dos Veadeiros. 

Porém, o Governo do estado, informou em seguida que ele não era autorizado na região da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, que faz parte da gestão estadual. E a partir desta nota iniciou um embate entre governo estadual e nacional sobre os métodos de combate ao fogo na Chapada dos Veadores.

No início do mês de setembro, o estado do Mato Grosso já havia confirmado que a corporação dos bombeiros de combate aos focos de incêndio no Pantanal testavam o uso de químicos na área. 


Na época, a estratégia foi testada numa fazenda, vizinha ao Parque Estadual Encontro das Águas, em Poconé – região de Porto Jofre (Pantanal Mato-grossense). 

Segundo os bombeiros, ao longo dos três dias de teste, foram usados de 20 mil litros da substância misturada com água. 

E foram coletados 30 amostras do solo, que foram encaminhadas para análise de laboratório e testagem da eficácia do produto. 

O agente químico desenvolvido no Estado do Espírito Santo já foi utilizado em outros países com eficácia, como Chile, Canadá e Estados Unidos, para a mesma finalidade. Infelizmente o resultado não fui divulgado ainda.

Mas já em 2018, o próprio Ibama havia feito alertas graves sobre o produto químico utilizado para conter os incêndios na Chapada. 

Conforme nota técnica do instituto, após a utilização do produto, fica impossibilitado o consumo de água, pesca, caça e consumo de frutas e vegetais na região pelo prazo de 40 dias.

Em ofício enviado no dia 13 de outubro, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), órgão responsável pela gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, notificou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, por meio do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), para prestar informações a respeito do retardante de fogo utilizado na região, “se o produto foi lançado no interior da APA de Pouso Alto, em que localização, qual a sua composição e possíveis impactos sobre a água, o solo, a fauna e flora da região”, questiona o ofício.

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