Fórum alternativo mundial da água reúne com lideranças kalungas de Cavalcante (GO)

Por Evônio Madureira,


A reunião aconteceu na tarde de domingo(25) na sede da Associação Kalunga de Cavalcante, onde os convidados foram recepcionados pela professora Eriene, atual presidente da associação. Um dos objetivos da reunião foi a socialização das demandas e desafios dos municípios que compõe ao Território da Chapada: Campos Belos, Monte Alegre, Nova Roma, Teresina, Cavalcante, Colinas, alto Paraíso e São João D’Aliança.


Os convidados lotaram o salão de reuniões da associação kalunga e os participantes ficaram impressionados pela participação de todos em torno da união em defesa da água e o meio ambiente como um todo. A energia positiva das pessoas disseminou uma luz que iluminou a mente de todos no sentido de promover a união e a paz entre os povos da chapada em torno de um só objetivo, que é a defesa da água, o nosso Bem Maior.


O  Comitê das Águas da Chapada – FAMA 2018 foi criada em Alto Paraíso por um grupo de pessoas de vários segmentos da sociedade ligadas a defesa do meio ambiente. A comissão do Fórum Alternativo Mundial da Água (DF) esteve presente na reunião e esclareceu dúvidas sobre o evento e como organizar as caravanas e participação no Fórum, em Brasília de 17 a 22 de Março.


As lideranças kalungas do Vão do Moleque, Vão de Almas, Engenho II, Morro, Capela, São Domingos, fizeram uma roda de conversa com a comissão FAMA e Comitê das Águas da Chapada e encaminharam as principais demandas dos quilombolas, ficando acertado, entre vários assuntos, o apoio do Coordenador Geral do Território da Cidadania, Ribamar Neto, para oficializar o pedido dos ônibus para as prefeituras de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, levar as caravanas no FAMA 2018 em Brasília.


O FAMA é um evento internacional, democrático e que pretende reunir mundialmente organizações e movimentos sociais que lutam em defesa da água como direito elementar à vida.


Este  Fórum pretende unificar a luta contra a tentativa das grandes corporações em transformar a água em uma mercadoria, privatizando as reservas e fontes naturais de água tentando transformar este direito em um recurso inalcançável  para  muitas populações, que, com isso, sofrem exclusão social, pobreza e se vêm envolvidas em conflitos e guerras de todo o tipo.


Várias entidades brasileiras e internacionais se reuniram e decidiram impulsionar este evento, como continuidade de Fóruns Alternativos anteriores, como os realizados em Daegu, na  Coreia do Sul, e em Marselha, na França.


Este  Fórum  se  contrapõe ao  autodenominado “Fórum Mundial da Água” que é um encontro promovido pelos grandes grupos econômicos que defendem a privatização das fontes naturais e dos serviços públicos de água.


Como  já foi  afirmado  em encontros anteriores o ‘8o Fórum Mundial da Água’ é ilegítimo. É uma feira de negócios que visa promover um mercado que dá acesso às multinacionais do setor de água e do saneamento. 


A portas fechadas, este evento permite que as grandes empresas tenham acesso privilegiado às decisões dos governos e bloqueiam, a base de corruptelas e subornos, o avanço de políticas públicas globais que resolvam a crise de acesso à água.


Para os organizadores do  “Fórum Alternativo – FAMA2018”,  as políticas públicas de água devem ser debatidas democraticamente com as populações e, em particular, com as comunidades afetadas.


No FAMA 2018 serão debatidos os temas centrais de defesa pública e controle social das fontes de  água, o acesso democrático à água, a luta contra as privatizações dos mananciais, as barragens e em defesa dos povos atingidos, serviços  públicos de água e saneamento e as políticas  públicas necessárias para o controle social do uso da água e preservação ambiental, que garanta o ciclo natural da água em todo o planeta.

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