Em Novo Alegre (TO), em plena pandemia e em votação secreta, vereadores votam aumento de rendimento, em causa própria

Imaginem vocês que, em plena pandemia, com o Estado brasileiro na beira de um colapso fiscal em virtude da pandemia planetária da Covid-19, e os vereadores de Novo Alegre (TO), sudeste do estado, tomaram uma atitude virtuosa (habilidade fora do comum): engordar os próprios salários.

Enquanto a Câmara Federal discute como arranjar dinheiro para bancar os gastos extras com a doença e estados e municípios “passam o chapéu” e pensam em até demitir servidores para conseguir honrar os pagamentos, os parlamentares de Novo Alegre, na calada da noite de ontem (6), em reunião secreta (veja só), criaram mais um gasto público: uma gratificação natalina – que é o 13º salário – e ainda 1/3 de férias, para eles mesmos. 

Eles trabalham muito: são 5 sessões por mês e recesso em janeiro e julho, além das férias, claro. 

O salário de cada um dos 9 vereadores é de R$ 2.179,00.

Votaram a favor do aumento os vereadores “Carlos Augusto”, “Carlos da Saúde”, “Euclides” e “Márcia”.

Os vereadores “Rodrigo”, “Zezinho de Loura” e “Sebastião” votaram contra o Projeto de Lei e a vereadora “Ivanilda” não compareceu à votação. 

A pergunta é: isso hora de aumentar os gastos públicos, nobres parlamentares?

Por acaso, os senhores já fizeram um levantamento de quantas crianças estudantes do fundamental estão sem assistir aulas por falta de equipamentos, como celular e computador? 

Os senhores viram que ainda há pouco publiquei o apelo de uma criança de 10 anos, aí da região, pedindo um computador usado para poder ter acesso às aulas pela internet?

O duodécimo é verba pública. Tem dono. É de propriedade de todos os cidadãos e tem que ser aplicado em prioridades.

O 13º e 1/3 de férias são prioridades sociais?  claro que não. A prioridade é a saúde, alimentação e acesso à escola.