De doer o coração: Idosa de 80 anos míngua diariamente em busca de hemodiálise

Essa cena é de doer o coração.

Deitada no banco na Van está Dona Arlinda, uma senhora de mais de 80 anos idade, cadeirante, moradora de Campos Belos (GO), nordeste do estado.

Hoje o carro quebrou e todos estão a “ver navios”, com sede, fome e sem o tratamento tão necessário.

Além de cadeirante, ela é doente renal crônica.

Seus rins não funcionam para filtrar o sangue. Por isso, precisa fazer hemodiálise numa máquina para se manter viva.

O paciente que faz esse tipo de procedimento tem que ficar cerca de 3 horas à disposição da máquina, durante três ou quatro dias por semana, a depender das condições clínicas.

Como Campos Belos (GO) não dispõe de uma clínica de hemodiálise, os pacientes, que na região são dezenas, precisam ser levados à cidade de Formosa, a mais de 400 km de distância, em 5 horas de viagem.

Só lá tem uma clínica de hemodiálise. A outra fica em Posse (GO), distante cerca de 250 km, com boa parte do percurso em estrada de chão.

As viagens, feitas três vezes por semana, são de ida e volta, o que totaliza mais de 800 km diários e 10 horas. Os doentes saem cedo de casa e voltam somente à noite. Às vezes sem dinheiro até para fazer um pequeno lanche.

Não podem fazer mais nada da vida, a não ser ficar à disposição da filtragem de sangue. Não há qualidade de vida e eles vegetam, tendo como testemunha toda uma comunidade.

Imagine o sofrimento dessa senhora e dos demais pacientes?

Há que se fazer alguma coisa.

Este Blog já publicou diversas vezes, ao longo dos últimos anos, e até fez campanha para a criação de uma clínica de hemodiálise em Campos Belos, para que possa receber e atender não apenas pacientes da cidade, mas do nordeste de Goiás e sudeste do Tocantins.

Infelizmente, os ouvidos são mocos e nossa voz não está tendo a reverberação necessária para reverter esse flagelo.

O que falta para comunidade se unir e pressionar quem pode decidir?

Até quando vamos ficar assistindo a míngua dessas pessoas, próximas e conterrâneas?

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