Sudeste do Tocantins: obras paralisadas, estradas esburacadas, povo indignado



Por Jefferson Victor, 


Neste final de semana passei pela rodovia que liga Campos Belos (GO) a Taguatinga (TO) e fiquei impressionado com a quantidade de buracos no asfalto. 
De Novo Alegre (TO) ao Combinado (TO) está parecendo tabuleiro de pirulito, daqueles vendidos em circos.


Você tenta sair de um buraco e cai em outro ainda maior. Saindo do Combinado é impossível trafegar pelo asfalto, se é que se pode chamar aquilo de asfalto. 


O acostamento de terra já afundou e não é mais uma boa opção para trafegar.


A continuar assim, talvez terão que romper a cerca e passar por dentro da fazendo ao lado. Faz vergonha o que está acontecendo.


O senhor Rubens Oliveira, que vende enxovais nessa região, nos procurou para informar que os trechos Taguatinga a Novo Jardim, Arraias a Conceição, além dos já citados, estão em estado de calamidade, e que ele precisa constantemente fazer reparos em seu veículo.


Já que pneus, alinhamento e suspensão não resistem a tantos buracos, e disse estar indignado com a falta de zelo por parte dos governantes.


O slogan “O estado da livre iniciativa de da justiça social” não reflete bem a realidade desta região do estado, falta iniciativa, criatividade e sequência na realização das obras tão necessárias para melhoria da qualidade de vida do população, isso caracteriza “Injustiça Social”.


Quando da sua fundação, o que se prometia era um estado novo com perspectiva de uma melhora significativa no IDH (Índice de desenvolvimento Humano) de sua população que vivia em condições precárias, principalmente pela distância da Capital Goiânia.


Foi criado o novo Estado, o governo federal investiu por 20 anos, as contas foram perdoadas, parte dos equipamentos do Crisa que pertenciam a Goiás foram confiscados, numa operação com requintes de regime ditatorial e que de imediato criou-se uma tensão entre Goiás e Tocantins, mas no final houve acordo entre as partes.


Ao longo destes 26 anos o que assistimos foi uma disputa política acirrada, governo sendo cassado, liminares restituindo ao cargo, demissões , admissões e com isto uma paralisação do estado, obras essenciais suspensas ou abandonadas e com isto a parcela mais pobre da sociedade tocantinense sofre com esses desmandos.


Infelizmente, hoje, a principal atividade econômica do estado é a política, não se tem grandes projetos para geração de emprego e renda, a iniciativa privada geradora de postos de trabalhos não foi atraída para o estado em função do terrorismo fiscal que se criou e que afugentou pretensos investidores e até mesmo desestimulou os já existentes.


Um estado que tinha tudo pra ser um dos mais promissores vem se transformando em pesadelos aos seu habitantes. 


Falta infraestrutura, inúmeras obras paradas por disputas políticas, como é o caso da represa e o aeroporto em Arraias. 


Grande parte das estradas estão esburacadas, e não há nenhum sinal de que o quadro possa mudar nos próximos anos.


O Brasil inteiro passa por dificuldades na atualidade, mas o Tocantins já nasceu com problemas, o regime que se criou logo no primeiro governo foi assustador, lembrava bem o paradigma do oriente médio, onde os governantes se apoderam do estado, ignoram a  constituição e o povo passa a ser súdito do autoritarismo instalado.


O que se espera do Tocantins é menos disputa política e mais iniciativa desenvolvimentista, é necessário a conclusão das obras paradas, e ao menos uma operação tapa buracos, e que, em função dos poucos recursos, que priorizem obras essenciais, que criem incentivos que atraiam os grandes projetos que possam alavancar o crescimento do estado.

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