Grave ameaça: fósseis pré-históricos são encontrados no Parque Estadual de Terra Ronca (GO)
Seguindo autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM), a Semad (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás) acompanhou a retirada de fósseis com risco de perda em cavernas de Terra Ronca, no nordeste de Goiás.
A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), seguindo a autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão federal responsável pela gestão do patrimônio fóssil nacional, acompanhou a retirada de fósseis encontrados em cavernas, grutas e cavidades de Terra Ronca, que apresentam riscos de danos e prejuízo à coleta dos achados arqueológicos futuramente.
O professor Henrique Zimmermann Tomassi, paleontologista e geologista da STCP, empresa responsável pela elaboração do Plano de Manejo Espeleológico do Parque Estadual de Terra Ronca (PETeR), também acompanhou a retirada do material e esclareceu que este é o procedimento recomendado pela Agência Nacional de Mineração, órgão federal responsável pela gestão do patrimônio fóssil nacional.
“Por este motivo, como precaução, os profissionais de paleontologia sempre solicitam à ANM a autorização de coleta”, explana.
Existe apenas uma situação em que o fóssil encontrado em campo é escavado e coletado: caso se identifique o risco iminente de sua destruição.
Com a autorização de coleta dada pela ANM, os fósseis encontrados em cavernas do parque, localizado na região nordeste de Goiás, serão enviados para a Universidade Federal de Goiás (UFG), sendo a responsável pelos cuidados e preservação do material.
Plano de Manejo
Conforme conta o professor Tomassi, o Diagnóstico Paleontológico, parte integrante do Plano de Manejo Espeleológico do Parque Estadual de Terra Ronca, foca essencialmente na vistoria da área-foco com o objetivo de identificar potencialidades fossilíferas na localidade e identificar fósseis que eventualmente estejam visíveis em rochas, sedimentos, solo e demais materiais que conservem patrimônio Paleontológico.
Riscos
No Parque Estadual de Terra Ronca foram identificados incontáveis restos fósseis e apenas em duas situações os profissionais identificaram que a inação resultaria em dano ao patrimônio fóssil e a equipe agiu de forma a protegê-lo.
Estes fósseis estavam expostos às intempéries e sendo pisoteados pelos turistas que percorrem a trilha. Assim, foi feita a coleta dos fósseis apenas no eixo da trilha, para evitar sua destruição iminente.
O segundo caso ocorreu dentro da caverna São Vicente II, em um pequeno salão na margem direita do Rio São Vicente, onde os processos erosivos da caverna estão rapidamente destruindo um pacote de camadas sedimentares com fósseis de vertebrados.
“Mais uma vez, diante de um processo de destruição do patrimônio fóssil, agimos no sentido de impedir que a depauperação dos fósseis continuasse a acontecer. Procedemos a coleta dos ossos visíveis nas camadas que estão se desfazendo”, confidencia o estudioso.
Permanência em Goiás
Assim, o pequeno conjunto de material coletado será encaminhado à UFG, onde será depositado e está disponível para pesquisa científica.
E mais: “pretendo fazer a recomendação formal que estes fósseis sejam devolvidos ao Parque de Terra Ronca assim que houver infraestrutura para que eles sejam depositados e expostos para os turistas, pois o gestor do parque nos sinalizou o projeto de construção de um museu no local”, termina.
Fonte: Secretaria de Meio Ambiente de Goiás (SEMAD)