Tontons Macoutes: uma milícia impiedosa a serviço do ditador Papa Doc


François Duvalier, o Papa Doc, ditador sanguinário do Haiti entre 1957 e 1971, não confiava em seu Exército. Em 1958, quando iniciou seu governo, ao invés de tentar consolidar sua posição, se aproximando das Forças Armadas, resolveu tomar uma posição mais arriscada, trilhando caminhos seguidos por líderes como Hitler, assumindo o poder com uma força de sua confiança.

Papa Doc deu início, então, a uma organização de contrapeso ao Exército, direta e exclusivamente subordinada ao Palácio Nacional: os Tontons Macoutes.
A força tinha sua base formada, por um lado pelos “Cagoulards” ou encapuzados, grupos de agitadores, recrutados por Duvalier na campanha presidencial de 57, para intimidar os outros candidatos e quase sempre através de métodos violentos.

No interior, os Tontons Macoutes foram recrutados nos líderes rurais ou chefes de seções, cuja nomeação até então era de responsabilidade exclusiva do Exército e passou a ser indicação de Duvalier.

Pela violência brutal e intimidadora, conhecida em todo o país, ao sair da clandestinidade, os encapuzados receberam logo do povo a alcunha de Tontons Macoutes, que significa “bicho papão” em creole, o idioma popular do Haiti.

O efetivo dos Tontons Macoutes era 99% formado por negros e seus homens descritos como espiões, chefes de bairro, rufiões, viviam de extorsões e eram o sustentáculo político do regime ditatorial de Papa Doc. Matava e torturava sem piedade.

Em fins de 1959, o ditador François Duvalier ( o Papa Doc), valendo-se da Guarda Presidencial como organização matriz, ampliou e transformou os Tontons Macoutes, primeiro em Milícia Civil e depois em Voluntários da Segurança Nacional.

Quatro anos depois, essa força contava com o dobro dos integrantes das Forças Armadas e seus contingentes rurais armados presentes em todas as aldeias do interior, sob chefia dos chefes locais, ajudou a sustentar por quase 15 anos a ditadura mais violenta da América Latina.

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