Queda na cobertura vacinal da população preocupa

Vacinação de crianças contra a covid-19 na UBS 5 de Taguatinga Sul

Diminuição da cobertura vacinal da população vem se agravando por conta da pandemia; enfermeira destaca a importância das vacinas para a prevenção de doenças

O mês de junho é dedicado à imunização, cujo dia nacional foi comemorado no último dia 9.

Ele nos lembra sobre a importância das vacinas em um momento pós-pandemia e com doenças retornando ao cenário mundial.

Por isso, falar sobre o assunto e a importância das vacinas para crianças e adultos, é de extrema relevância. Afinal, a ciência já comprovou que esta é uma eficaz maneira de combater doenças que acometem diversos públicos, como caxumba, tétano, sarampo, gripe, entre outras.

No Brasil, existe um Calendário Nacional de Vacinações, instituído através do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde.

A ideia é manter um leque de vacinas anualmente para proteger pessoas de todas as idades. São ofertados gratuitamente mais de 40 diferentes imunobiológicos para a população. Mas um dado negativo vem chamando a atenção dos especialistas na área médica: a queda na cobertura vacinal da população brasileira.

A professora Jamile Rodrigues, do curso de Enfermagem da Faculdade São Luís de França (FSLF), destaca que houve um agravamento deste problema após a pandemia da Covid-19, mas seu início vem de meados da década passada. 

“Em 2015 tivemos o ápice de vacinação infantil. A partir daí tivemos quedas com poucas perdas, apesar de a saúde ter o dever de manter a vacinação em alta, principalmente a infantil, visto que essa população recebe imunização contra, pelo menos, 17 doenças infectocontagiosas.

Em 2018, houve uma pesquisa pela Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo] que tentou justificar a queda das imunizações.

Ela enumerou pelo menos nove motivos, que iam desde a percepção enganosa da vacina, o receio das reações adversas causadas pelo imunizantes e até o desconhecimento do calendário básico vacinal.

Em 2019/2020, tal baixa passou a se agravar durante e após a pandemia do Covid-19, se tendo como principal causa a restrição da circulação da população e dos profissionais em busca dessas crianças que estão com o cartão de vacina desatualizado”, explicou ela.

A professora também ressalta que o calendário vacinal oferecido pelo SUS é completo, não havendo a necessidade de complementação com as vacinas do setor privado. “O SUS oferece o PNI, criado em 1973 para a universalização das imunizações no Brasil.

Desde então, ele tanto aplica e acompanha as vacinas distribuídas como introduz novas vacinas de acordo com o perfil epidemiológico da população. E o PNI atende tanto a crianças quanto a adultos, idosos e gestantes. Então ele resguarda toda a nossa população”, acrescentou ela.

Outro fato comprovado pela ciência é de que, quanto mais crianças não tiverem acesso às vacinas, mais fácil se torna a propagação de doenças, incluindo as graves, que por vezes deixam sequelas e podem evoluir a óbito. Por isso, manter as vacinas em dia é algo de extrema importância.

“Além do prejuízo financeiro, visto que muitas vacinas são descartadas porque alcançam o prazo de validade sem terem sido aplicadas. Se eu não me vacinar ou não vacinar meu filho, aumento a possibilidade de reintroduzir na comunidade uma doença que estava controlada já, aí não temos apenas um caso único, temos um problema generalizado, já que estarei contaminando outros”, afirmou Jamile.

Ação da vacina no corpo

Vale ressaltar que a vacinação é uma das medidas mais importantes de prevenção contra doenças e que protege não só a pessoa individualmente, mas a comunidade como um todo.

Ela é produzida a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou alguns de seus derivados. Sua ação, após ser aplicada, estimula o corpo a se defender contra os organismos (vírus e bactérias) que provocam doenças. 

“Ou seja, após a aplicação da vacina o nosso corpo detecta a substância da vacina e o combate através do sistema imunológico.

Por isso, temos os eventos adversos ou as famosas reações, sendo mais comum a febre e dor no local”, esclarece a professora, acrescentando que, depois da atuação do sistema imunológico, combatendo e reconhecendo material que foi introduzido no corpo, ele produz uma defesa chamada de anticorpos, que permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro, gerando a imunidade.

Com conteúdo do FSLF

Deixe um comentário