“Parece um sonho”, diz primeira quilombola nomeada por cotas no Itamaraty

“Foram cinco anos de muita luta, muito sofrimento e muito aprendizado. Me colocaram no grupo de aprovados do Itamaraty e pensei ‘gente! o que é isso?’… Parece um sonho”, comemora Rebeca.

Porém, o caminho até a publicação no Diário Oficial foi longo.

Nascida na cidade de Cavalcante (GO), em território Kalunga, ela foi aprovada no concurso do Instituto Rio Branco, no ano de 2017.

No entanto, a procuradora da República Anna Carolina Resende Maia Garcia ajuizou uma ação questionando a admissão da economista por cotas.

De acordo com o parecer da procuradora, Rebeca entraria na categoria “pardo claro”. “Ela quis criar categorias de pardos, algo que não existe na legislação”, afirma.

“Eu não era negra o suficiente para as cotas, só para sofrer preconceito”, questiona Rebeca, em entrevista ao Metrópoles.

Além disso, em 2015, Rebeca já havia sido contemplada com uma bolsa de estudos, como cotista, pelo próprio Itamaraty, que já havia lhe considerada negra.

Segundo Monique Rocha Furtado, advogada de Rebeca, entraram com um mandado de segurança contra a decisão da procuradoria para que ela passasse por uma segunda banca que, novamente, reprovou Rebeca.

Ela, então, entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão.

No início deste mês, Rebeca fez um acordo inédito com o Itamaraty e a Advocacia Geral da União (AGU), onde ela aceitaria abandonar o processo e e ter uma cerimônia de posse reservada e ganhar o direito de passar por uma nova banca examinadora.

A decisão positiva para Rebeca foi publicada na última terça-feira (21).

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