STF nega recurso e mantém recolhimento noturno a ex-bispo de Formosa (GO)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou o recurso em habeas corpus ao ex-bispo José Ronaldo Ribeiro.
O religioso foi preso no âmbito da Operação Caifás, deflagrada no dia 19 de março de 2018.
Ele e outros outros envolvidos ficaram reclusos por 30 dias, até que o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou a aplicação de medidas cautelares diversas à prisão.
“(…) o Tribunal de origem, embora tenha revogado a custódia cautelar, entendeu necessária a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, como forma de manter o paciente vinculado ao Juízo da culpa, bem como dissuadir qualquer risco à ordem pública ou instrução criminal”, entendeu o ministro.
Fachin afirma que, ao contrário do que apresentou a defesa, as medidas cautelares foram impostas de acordo com as peculiaridades do caso, como o risco ao comprometimento do andamento do processo criminal pelo constrangimento de testemunhas.
Operação Caifás
As investigações começaram após o Ministério Público ter recebido denúncias de fiéis que desconfiaram dos desvios, supostamente iniciados em 2015. Entre as suspeitas, estava o fato de as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, terem passado de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde que dom José Ronaldo assumiu o posto.
Os religiosos teriam usado os recursos desviados dos dízimos para comprar fazenda e uma lotérica em Posse (GO), usada, com base nas diligências, para lavar o dinheiro. O MPGO ainda apura por que a Diocese de Formosa tem 160 veículos registrados, sendo que em sua jurisdição estão apenas 33 paróquias.
Como revelou o Metrópoles, a maioria desses carros é de luxo e custa mais de R$ 100 mil cada. Além dos automóveis, a Caifás descobriu que as autoridades religiosas tinham joias e relógios de marca. Há cinco dias, a Justiça determinou a penhora de R$ 9 milhões de todos os acusados.
Confira os crimes que os acusados vão responder na Justiça