Por racismo, radialista de Formosa (GO) acusado de ofender colega é indiciado

O radialista Breno Berlutinny, acusado de xingar e ofender uma colega, em Formosa (GO), foi indiciado pela Polícia Civil por racismo.

O indiciamento, que ocorreu na quinta-feira (5), também inclui difamação e cyberstalking.

As ofensas ocorreram em grupos de redes sociais e em uma  rádio da cidade contra a radialista Clícia Balbino. Em um dos áudios, Breno diz: “É muito fácil você me criticar, ‘Fiona do rádio’. Tá sentada com esse rabo gordo seu, cheio de estria, entendeu? E não tem coragem de levantar para poder acudir os mais humildes.”

“Cê’ não tem coragem de enfrentar o povo igual eu enfrento. E quer me descredibilizar. E pode chorar, Clícia Baduína. Choooora, Clícia Baduína”, afirma em outro trecho. No último mês, Clícia disse que desconhecia os motivos das ofensas, mas que acreditava ser uma questão política.

“O pessoal de Formosa acredita que seja por desavença política. Minha mãe é uma pessoa muito influente aqui na cidade. E, certos políticos aqui chegaram a pagar a este jornalista, ele se intitula jornalista, para poder atacar a minha mãe e, de certa forma, me atacando, ataca ela também.”

O radialista, por sua vez, afirmou sofrer perseguição e que, em nenhum momento, chamou a mulher de “macaca, babuína ou algo nesse sentido”. Ainda naquele momento, o delegado José Antônio pediu na Justiça a prisão preventiva de Breno, além de medidas cautelares.

O juiz Francisco Gonçalves Saboia Neto concedeu a segunda: comparecimento mensal em Juízo; proibição de contato com Clícia Balbino de Sousa e testemunhas; restrições de publicações, não podendo fazer postagens ou menções em redes sociais ou qualquer meio de comunicação relacionadas, direta ou indiretamente, à vítima.

A reportagem procurou o radialista para comentar o indiciamento.

O que ele diz?

“Hoje, me vejo perseguido por aqueles que historicamente sempre menosprezaram os filhos da periferia. Vale frisar que sou negro, filho de pais negros e pai de filhos negros”, disse em nota. Ainda segundo o radialista, as denúncias a ele imputadas “não passam de postagens retiradas de contexto, que ficarão provadas por meio judicial”.

“Eu, Breno Berlutinny, negro, filho de pais paupérrimos, pai de família, jornalista, locutor, apresentador e radialista, há anos em Formosa, combatendo a desigualdade social e denunciando os crimes de colarinho branco e os desmandos dos gestores do município, hoje, me vejo perseguido por aqueles que historicamente sempre menosprezaram os filhos da periferia. Vale frisar que sou negro, filho de pais negros e pai de filhos negros.

As denúncias a mim imputadas de: racismo, injúria racial, etc. não passam de postagens retiradas de contexto, que ficarão provadas por meio judicial.

É lamentável ver membros da imprensa local usarem de estratégias escusas para achincalhar outro colega de imprensa que, por várias vezes, tem sofrido perseguições por lutar pelos direitos dos menos favorecidos.

Continuo acreditando na Justiça divina e na Justiça dos homens! Historicamente, nunca foi fácil para pobres, periféricos e negros. Continuarei na luta.

‘O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons.’ (Martin Luther King)”

Quais foram os crimes?

Assista ao vídeo abaixo e tire suas conclusões.