Chacina: Justiça decreta prisão preventiva de PMs por morte de 7 pessoas em Cavalcante (GO)
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A Vara Criminal de Cavalcante (GO) decretou a prisão preventiva de 4 policiais militares de Goiás que participaram de uma operação que matou 4 moradores da zona rural do município.
Na oportunidade, os militares informaram que os mortos eram traficantes, estavam armados e foram recebidos a bala.
Mas a comunidade protestou, disse que os mortos eram inocentes e que teria havido uma chacina.
Foram presos dois sargentos, um cabo e quatro soldados do 14º Batalhão da Polícia Militar, de Uruaçu (GO).
Os militares são suspeitos das mortes de Alan Pereira Soares, Ozanir Batista da Silva, Antônio Fernandes da Cunha e Salviano Souza Conceição, ocorridas na zona rural de Cavalcante (GO), em 20 de janeiro deste ano.
No pedido de prisão preventiva dos policiais militares, o MPGO afirma que as medidas cautelares diversas da prisão não são suficientes para resguardar a ordem pública nem garantir a normal instrução criminal no caso.
Afirmou também que a narrativa dos fatos, apresentada pelos policiais militares no registro de atendimento integrado (RAI) não encontra amparo nas provas documentais, periciais e testemunhais que estão no inquérito policial (IP).
O inquérito policial está em fase final de conclusão pela Delegacia de Investigação de Homicídios, em Goiânia.
Segundo o IP, a versão dos policiais militares é de que foram até o local do crime para apurar suposta denúncia de tráfico de drogas.
Eles ainda informaram que encontraram, no local, grande quantidade de pés de maconha e que sete pessoas que lá estavam não obedeceram aos comandos de rendição e efetuaram disparos de arma de fogo.
Os PMs teriam revidado, o que provocou a morte de quatro pessoas, enquanto outras três conseguiram fugir.
O IP apontou que os policiais militares informaram ter efetuado 58 disparos.
Perícia realizada pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica encontrou apenas 5 estojos de munição no local.
Na área onde ocorreu a ação, de 4 metros quadrados, foram encontradas 11 espécies de plantas, das quais 4 eram de maconha.
Na manifestação do MPGO, foi ressaltado que, conforme apurado em investigação própria, testemunhas foram procuradas por alguns dos militares envolvidos em nítida tentativa de intimidação e ameaça, o que caracterizaria a necessidade da prisão preventiva para garantir a normal instrução criminal, bem como para resguardar a integridade física e psicológica das testemunhas.