Festa no chafariz, show de belas fotos e um país a beira do caos ambiental

O Haiti é um país a beira de um colapso ambiental e o que é pior, com um déficit gigantesco de água potável. Por ser uma ilha montanhosa, a oferta da água já era escassa.

Nos últimos 50 anos, com a ininterrupta ocorrências de crises políticas e sociais, a falta de investimento em coisas básicas, como saneamento e energia, e o crescimento em progressão geométrica da população, a questão da água de beber virou um problema gravíssimo.

O desmatamento generalizado, principalmente para cozinhar, o assoreamento dos leitos dos poucos rios e contaminação dos lençóis freáticos, pela lama podre dos esgotos e pela salinização, criaram uma terra sem água.

As cidades, inclusive a capital, não têm água encanada. A população, já abatida pela pobreza, gasta boa parte do tempo ( e levanta de madrugada!!) para uma guerra, sem trégua, atrás do líquido. Baldes, latões e as filas, semelhantes a formigas-de-correição, integram a imagem social, como se fosse o vai-vem de trabalhadores comuns de uma cidade operária.

A penúria pela água afeta principalmente as crianças. Os poucos poços artesianos, furados principalmente pelas tropas brasileiras, tornam-se um ponto de alívio e de poucos momentos de festa.

Mas as notícias não são boas para o Haiti. Se não bastasse o problema ambiental de sua própria “cozinha”, a ilha poderá ser uma das mais afetadas pelo aquecimento global. A estimativa de cientistas, que nesta semana fez mais uma alerta para o efeito estufa num relatório das Nações Unidas, é que com o derretimento das calotas polares, os oceanos e mares subam pelos menos sete metros, um desastre sem precedentes para o Haiti.

Na seqüência das fotos a seguir, um flagrante de família inteiras de Tabarre, um bairro, digamos, menos pobre da capital, se deleitando numa fonte de água, um chafariz que jorra 24 horas por dia. As fotos falam por si…

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