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Bastou a Polícia Federal (PF) provar e botar na cadeia “peixes” graúdos do extenso cardume de corruptos que minam o Estado Brasileiro ( nomes aos bois: Daniel Dantas, Naji Narras e Celso Pitta), para que se começasse a gritaria em torno do suposto abuso de autoridade, simbolizado pelo uso das algemas, a que foram submetidos os “suspeitos”( prefiro chamar de corruptos).
Beira a uma hipocrisia sórdida. Todos os dias se assiste às muitas e muitas imagens de pessoas sendo algemados, jogados em camburões e expostos à mídia, a grande maioria de criminosos, sem que uma única voz, seja ela do Legislativo, Judiciário ou Executivo, se levante contra, ao agora propalado, abuso de autoridade.
Também pudera. O “trio parada-dura” tem poder de fogo. Uma relés propina, a um simples delegado, foi negociada por um milhão de dólares. Imagine então às instâncias superiores. Em gravações da PF, o proposto de Dantas na negociata de suborno, disse que o STJ ( Superior Tribunal Federal) e o STF ( Supremo Tribunal Federal) não seriam problemas.
Sem querer desconfiar da mais alta corte do país, o dono do banco Opportunity teve sua liberdade mantida numa concessão de dois Hábeas Corpus, votados em tempo recorde, contra argumentos do juiz embasados em mais de quatros meses de investigação e indícios provados, inclusive em áudio e vídeo.
E o pior. As provas foram apresentadas em cadeia nacional de TV para todo o país e visto por milhões de brasileiros. Como livrar, então, o banqueiro, principalmente, contra as evidências?
Simples. Se livrar das pedras. Ontem, 15 de julho, em uma reunião entre o Presidente da República, o Presidente do Supremo Tribunal Federal ( que concedeu o hábeas corpus ao banqueiro), o Ministro da Defesa e o Ministro da Justiça ( veja as autoridades envolvidas) foi discutido, principalmente, o tema abuso de autoridades. E uma ação prática: todos os delegados envolvidos na operação Satiagraha foram afastados dos cargos. O que querem com isso? Que segredos guarda Daniel Dantas?
Só as paredes dos “Três Poderes” e a grana regrada dos banqueiros podem responder. Mais uma vez a ética foi jogada para debaixo dos tapetes. Novamente venceu o dinheiro. E o que é pior, com o dinheiro público, estão fazendo os brasileiros de palhaços, com mentiras e desculpas esfarrapadas.