O plano Marshall próprio do Brasil
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Os centros nervosos da política econômica do país ficam abrigados em dois imponentes arranha-céus no centro do Rio.
O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que conta com seus escritórios em uma torre de aço e vidro, foi criado com a ajuda americana e usando o KFW Banking Group da Alemanha como modelo.
Ele financiou uma versão brasileira do Plano Marshall.
Nos anos 90, o BNDES administrou com sucesso a privatização de muitas estatais brasileiras.
Hoje, ele fornece assistência a fusões e aquisições corporativas, ajuda empresas em dificuldades e financia os investimentos estratégicos do governo.
O BNDES é altamente respeitado. Acredita-se que seja em grande parte livre de corrupção e ele paga os mais altos salários do país. “Há um ano, os bancos estrangeiros batiam à minha porta perguntando se o Brasil estava preparado para a crise financeira”, diz Ernani Teixeira, um dos diretores financeiros do banco.
Teixeira conseguiu tranquilizá-los, notando que o BNDES tinha separado R$ 100 bilhões em reservas adicionais.
No ano passado, o banco emitiu mais empréstimos e garantias de empréstimos do que o Banco Mundial – e até apresentou um lucro respeitável.
O segundo pilar do milagre econômico brasileiro fica diagonalmente no outro lado da rua: um bloco de concreto, iluminado à noite com as cores nacionais, verde e amarelo, é a sede do grupo de energia semiestatal Petrobras.
A empresa planeja investir US$ 174 bilhões nos próximos quatro anos em plataformas de perfuração, navios e outros equipamentos para explorar as grandes reservas de petróleo além da costa do Brasil.
Há um ano e meio, a Petrobras descobriu novas reservas de petróleo sob o leito do oceano.
Mas o petróleo será difícil de extrair, por estar situado abaixo de uma camada de sal em profundidades de pelo menos 6 mil metros. A expectativa é de que os poços comecem a produzir daqui pelo menos seis anos.
A receita desse petróleo será depositada em um fundo que o governo usará principalmente para financiar novas escolas e universidades.
Lula apresentou recentemente uma legislação que regulamentaria a exploração das reservas de petróleo submarinas, fortalecendo assim o monopólio da Petrobras.
Especialistas temem que Lula esteja criando um monstro corporativo poderoso e corruptível.