Julgamento do mensalão: justiça ou política?



Por Jefferson Victor, 


Em meio à euforia que se formou em torno do julgamento do mensalão, muitos  não fazem uma analogia do fato, condenam e apoiam de forma incondicional a sentença imposta pelo STF.


O posicionamento do Presidente Joaquim Barbosa  deixa margens para questionamentos sob a forma pela    qual os fatos ocorreram. 


A prisão dos envolvidos foi um verdadeiro espetáculo midiático, numa demonstração clara que existe por trás de tudo isto, uma pontinha de política, seja por interesse do referido ministro, ou para agradar algum grupo ou partidos  políticos.


Um fato  que chama muito a atenção, é que a maioria das acusações foram baseadas em denúncias da revista Veja, a qual na CPI dos bingos, ficou evidenciado através de gravações obtidas pela polícia, o Sr. Policato, chefe da Sucursal Brasília, se colocando a disposição do grupo envolvido na máfia dos jogos.


Este episódio em momento algum foi noticiado pela Globo, uma prova evidente que a emissora tem interesse em esconder fatos estarrecedores e que só uma pequena parcela da população tem acesso.


Discordância à parte, o julgamento que faço é com relação às prisões decretadas e cumpridas, inclusive contrariando a própria decisão do STF, de que alguns réus cumpririam em regime semi- aberto e em presídios nas localidades próximas ás residências dos acusados.


Contrariando tudo isto, o Ministro Barbosa sem emitir as cartas de sentença, ordenou as prisões   de forma aleatória e arbitrária, ordenou que todos fossem trazidos para Brasília em pleno feriado nacional, numa sexta feira, e só 48 horas depois os documentos  foram expedidos, o que causou indignação aos próprios componentes do supremo que votaram pela condenação dos réus.


A rede Globo dava fleches a cada meia hora, dizendo que Barbosa decretaria prisões a qualquer momento, talvez isso tenha influenciado o ministro a ter uma postura no mínimo estranha, o processo já durava oito anos, então por que levar serviço para casa, expedir mandados de prisão em feriado nacional?


O questionamento que faço é quanto à necessidade dos condenados cumprirem suas sentenças em penitenciárias  já superlotadas, como se fossem bandidos de alta periculosidade e que possam oferecer perigo á sociedade.


A população carcerária do Brasil gira em torno de 538 mil presos, e existem milhares de mandados de prisão expedidos e que não são cumpridos por falta de vagas nesses presídios.


São mandados expedidos contra sequestradores, assaltantes, pistoleiros, traficantes, estupradores e outras modalidades perversas e que colocam  em risco a vida de cidadãos de bem e que vivem á margem da sorte diante  desses monstros à solta.


Será que se você encontrar em alguma localidade escura e deserta o José Dirceu, José Genuino, Marcos Valério você estaria correndo algum perigo?


Ora, não sejamos hipócritas, temos que ser mais justos e menos políticos, a condenação e prisão que enche o ego de algumas pessoas, tira o senso do justo e da justiça.


Já ouvi de alguns que é certo a prisão em regime fechado para que sirva de exemplo a outros políticos pra que não roubem o erário.


Será que a prisão de alguns serve como espelhos para outros? Se fosse assim não existiria nenhum bandido, pois existem presos de todas as modalidades, e nem por isso o crime diminui em nosso país.


Como o julgamento já foi transitado e julgado, que então as sentenças fossem transformadas em prisões domiciliares, com o custo revertido para o próprio condenado , que se colocasse tornozeleiras eletrônicas de monitoramento, sobrando-se assim 23 novas vagas para os bandidos de alta periculosidade que continuam soltos por falta de vagas.


O Domingo Espetacular da Record, mostrou um delegado de Fortaleza afirmando  que muitos bandidos perigosos estão soltos por não ter onde coloca-los.


Eu particularmente não sinto medo de nenhum condenado do mensalão, a mim não oferecem nenhum risco.


Agora eu te pergunto: Quem mete mais medo em você, os 23 condenados do mensalão  ou 23 bandidos soltos por ai?


Cada um tem direito de escolha, faça a sua!

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