Exemplo: uma promotoria voltada para o cidadão
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Paulo Brondi em visita às comunidade Kalunga |
Por Paulo Brondi, Promotor de Justiça
Há cerca de um ano, quando cheguei em Campos Belos e tive a noção da distância percorrida por algumas pessoas em busca de atendimento pela Promotoria de Justiça, fui tomado por uma certa preocupação em relação a essa gente: como imaginar que alguém pode vir de tão longe para apenas ser atendida pelo promotor?
Fosse em busca de um médico, até seria de se entender…
A partir disso, comecei a amadurecer a ideia de levar a Promotoria até esses locais, para ali proceder ao atendimento, ou seja, sair do gabinete confortável e sujar um pouquinho a barra da calça e o sapatinho preto.
Mas, sabem como é, muita correria e a coisa foi ficando um pouco pra trás, embora não esquecida. Entretanto, alguns meses atrás, resolvi recolocar na estrada o “projeto de um projeto”.
Solicitei, então, que a Assessoria de Comunicação do MP elaborasse algo como um banner, no que fui prontamente atendido (colocarei mais fotos depois).
Feito isso, era hora de por a mão na massa. Como companheiro de empreitada, então, contatei o meu irmão de instituição, expoente deste MP/GO, Dr. André Luís, que – eu já esperava – topou a parada.
Ganhamos o entusiasmo de outro caro companheiro, Dr. Douglas Chegury.
E, assim, era o momento de traçar linhas mais concretas. André lá, eu aqui, marcamos uma data e uma localidade a ser visitada: ele, o Povoado de Olaria da Fumaça, eu, a comunidade Kalunga. Extremo sul (Itajá) e extremo nordeste (Monte Alegre) do estado.
Deu-se tudo no último sábado, ainda que de forma tímida. Agradecemos a todos que participaram, ainda que indiretamente, seja doando a refeição, seja contribuindo para a divulgação, seja emprestando o apoio necessário.
Tudo saiu conforme o esperado e o primeiro passo foi dado. Enfim, o treco nasceu e agora é tocar pra frente.
Esperamos contar com o entusiasmo e a participação de outros colegas, em outras comarcas.
O bacana do Ministério Público é isto: seu dinamismo e sua capacidade de se adequar às realidades sociais, sejam elas quais forem. É o que, com todo o respeito, diferencia-nos de todas as outras instituições.
Basta um pouco de compromisso. Esqueçamos a ideia do promotor estático que espera acontecer.
A inércia não é nosso papel, não nos cabe. Enfim, que tudo valha a pena no final.