Artigo: violência é a tônica no nordeste goiano



Por Davillas Chaves, Mestre em História e professor do IF Goiano,


Assaltos, roubos e outros crimes ao longo das rodovias estaduais. 


Rodovias goianas sem fiscalização tornam os usuários vitimas fáceis de quadrilhas, que agem paralelamente em Goiás e na Bahia, seja em assaltos e roubos a motoristas, a fazendas ou mesmo a bancos e caixas.


A insegurança tem se tornado característica marcante da região e as autoridades não podem culpar as drogas e o trafico, como fazem nos grandes centros. Aqui a culpa é da inércia do poder público e da inexistência de fiscalização nas rodovias goianas.


Em janeiro fui vitima de um assalto na GO-463, que liga os municípios de Divinópolis de Goiás a BR-020, já na fronteira com a Bahia.


O resultado foi meu veículo roubado, assim como meu celular, uma quantia em dinheiro e outros pertences, se dizer os traumas psicológicos. Uma semana depois, meu carro foi encontrado queimando após ter sido utilizado a roubo a banco na Bahia.


Em fevereiro , uma fazenda na mesma rodovia, a mesmo de 10km do local onde fui vitimado, também foi alvo de criminosos que agiram com mais violência, levando uma montana, uma S-10 e um trator.


Em março, um novo assalto terminou com mais prejuízo, dessa vez um conterrâneo dominicano teve o veiculo roubado por bandidos que agiram e continuam agindo com liberdade em um trecho de menos de 15km nessa insegura região de fronteira.


Agora, o extremo nordeste de Goiás vem se transformando em local de desova de corpos e de veículos roubados na Bahia e envolvidos em assaltos a bancos e a carros fortes, como ocorreu no dia 21 de julho, no município de Divinópolis de Goiás.


Os moradores dessa região estão aterrorizados com o tamanho descaso do poder público, se sentido abandonados, enganados pelos políticos que prometeram há cerca de quatros anos melhorar a segurança. Necessitamos de ações públicas capazes de sanar esse grave problema.


Quantos cidadãos precisarão ser assaltados, vitimados ou ate mesmo mortos para que o governo torne essa pobre e carente região ao menos segura? 


Quantos filhos ou pais de famílias ainda precisarão ser vítimas dessa violência ate que os gestores percebam que a situação está à beira de um caos? Quanto terror a população de São Domingos, Divinópolis de Goiás, Campos Belos, Posse e tantas outras cidades terão de suportar ao conviver com tamanha insegurança?


Quantos assaltos a bancos, roubos e abandonos de veículos terão de acontecer até que uma ação da Secretaria de Segurança Pública de Goiás seja tomada? Quantas promessas ainda serão feitas? Será que a população terá que ser armar para garantir a própria segurança?


Ao certo sabemos que mil promessas serão feitas, pois em anos pares os cidadãos são transformados em eleitores e consequentemente em vítimas de ilusionista que  aparecem de quatro em quatro anos.


O fato de residirmos em cidades relativamente pequenas não nos torna menos goiano do que os moradores do sul ou do rico sudeste goiano. O simples fato de representarmos menos votos do que grandes centros não é motivo para abandono.


O nordeste goiano vem se transformando em uma terra sem lei.


Texto também foi publicado no jornal O Popular 

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