Em Arraias (TO), saudosismo da escravatura é manifestado por cavaleiros mascarados. Uma afronta à sociedade atual, à constituinte e à lei de proteção aos animais

Por Malaquias Oliveira, 

A partir da meia-noite desta Sexta-Feira Santa, algumas pessoas
montadas em cavalos, com máscaras em seus rostos, cometem atos de violência física, com chicotes, em quem for encontrado pelas ruas de Arraias, sudeste do Tocantins.  

Além de alguns
invadirem propriedades e pegarem cavalos sem o consentimento do dono, os abandonando soltos e machucados pelas ruas, com um sério risco de
atropelamento nas vias públicas, causando acidentes. 

Isso é um absurdo em pleno
século XXI. 



Imagine alguém chegando de viagem tarde da noite e à pé, deparar-se
com esses capitães do mato e feitores da pós-modernidade? 

Nesta época nefasta
da humanidade, existiam dois personagens principais:

1) o capitão do mato – responsável pela captura dos escravos
fujões.


2) o feitor – esse, respondendo a sua pergunta, era o
responsável por aplicar os castigos.

Historicamente em Arraias (TO), num passando muito distante, os
fazendeiros massacraram muitos negros e, ao contrário do que foi dito acima, o
senhor de escravos era o proprietário da fazenda ou “o dono” do
escravo, era também responsável pelos castigos, pois ele determinava o castigo,
mas quem aplicava era o feitor. 

Hoje, o código penal brasileiro tem como
crime a violência física: qualquer comportamento que implique agressão física,
por exemplo, crimes de ofensa à integridade física, maus tratos físicos,
sequestro, intervenções e tratamentos médicos arbitrários.
Agora uns metidos a capitão do mato e feitor, estão com
saudades daquele tempo e saem pelas ruas depois da meio noite montados a
cavalos e como uns zorros da vida descendo o chicote em quem estiver pelas ruas
nesse horário? 

Já se passam 274 anos e certos grupos de pessoas ainda
alimentam o desejo de chicotear pessoas inocentes que não representam essa
escória de cultura.


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