Iris volta à disputa pela prefeitura de Goiânia, mas chapa permanece indefinida



Não foi tão definitivo assim. Quase como em um déjà vu, o decano peemedebista Iris Rezende repete suas ações de 2014 e volta à disputa eleitoral poucas semanas após anunciar sua aposentadoria da vida política.


Em evento realizado na tarde desta quinta-feira (4/8) em seu escritório político, no Setor Marista, Iris explicou que volta a ser candidato ouvindo às conclamações dos outros pré-candidatos do PMDB e também do povo, que colocava seu nome entre os mais lembrados nas pesquisas eleitorais. 


A candidatura dele será oficializada nesta sexta-feira (5) na convenção de seu partido.


O peemedebista havia divulgado uma carta no dia 6 de julho em que dizia que, após 58 anos na política, havia chegado o momento de encerrar sua carreira. A decisão, afirmou, foi tomada após os resultados das eleições de 2014, que culminaram com sua derrota para o governador reeleito Marconi Perillo.


A saída de Iris trazia alívio ao delegado Waldir (PR), cuja liderança nas pesquisas só era ameaçada pela presença do decano. Agora, porém, as atitudes do peemedebista causam novo rebuliço na disputa eleitoral.


O retorno de Iris desbanca as pré-candidaturas dos também peemedebistas Bruno Peixoto e Agenor Mariano (atual vice-prefeito), além de desmontar as articulações de um possível apoio do partido a Vanderlan Cardoso (PSB). 


A possibilidade foi aventada logo após a saída de Iris da disputa, já que a sigla não contava mais com um nome que garantisse competição à altura do delegado Waldir.


Durante o evento desta quinta, os então pré-candidatos do partido divulgaram uma carta em que pediam pela volta de Iris. 


“Desde que você anunciou a intenção de deixar a vida pública, ouvimos sem parar manifestações de toda ordem, especialmente de cidadãos comuns, para que você dispute mais esta eleição em Goiânia. 


A capital precisa de você”, diz o texto assinado por nomes como Bruno Peixoto, o vice-prefeito Agenor Mariano, o ex-secretário de Trânsito Andrey Azeredo, o advogado Fred Paiva e o suplente a vereador Rodrigo Miranda Ribeiro, entre outros.


Em seu discurso, Iris relembrou toda sua trajetória, desde o ponto em que ganhou sua primeira eleição em um grêmio estudantil até sua última vitória política, na disputa pela prefeitura em 2008. “Eu nunca seria nada na política sem Goiânia na minha vida”, bradou o decano.


Ele afirmou estar vivendo um momento de profunda emoção e ressaltou não ter novas pretensões de abandonar a política. “Enquanto eu tiver vida e saúde vou continuar lutando”, disse.


Articulações


Mesmo com a candidatura peemedebista já definida, o nome que completará a chapa ainda não foi definido. Com o retorno de Iris, como bem lembra o vereador pelo PDT Paulinho Graus, as possibilidades para a vice são muitas.


“Com a volta de Iris vai haver uma reconstrução no cenário político em Goiânia. Muitos partidos vão sair de onde estão e vão se aglutinar aqui”, disse. Ele ressaltou que, agora, o próprio PDT está disposto a coligar com o PMDB. 


“Nesse período nós ouvimos outros candidatos, mas não decidimos nada. Agora não temos dúvidas de que vamos caminhar com Iris.”


Outra possibilidade que passou a ser aventada nesta semana, que seria considerada absurda pouco tempo atrás, é a de uma união com o PSDB do arquirrival Marconi Perillo. Sobre isso, nenhuma palavra foi dita no evento, mas, nos bastidores, Iris estaria afirmando a aliados que não pretende “fechar as portas para ninguém”.


O próprio Marconi se manifestou sobre o assunto pouco antes do evento peemedebista. “Se o Iris Rezende for candidato, se ele realmente quiser um entendimento conosco, esse entendimento será feito”, disse.


Mas, caso essa possível articulação realmente aconteça, ela não virá sem um preço. Presente no evento de Iris, o senador Ronaldo Caiado, líder do Democratas, afirmou categoricamente que uma aliança envolvendo seu partido e o PSDB em uma mesma coligação é impossível. 


Ele, porém, reforçou que acredita na manutenção da atual aliança que possibilitou sua eleição em 2014.


“O Iris Rezende é um homem com uma história de coerência, de posição, de princípios. Cada um tem sua maneira de governar que não coincide com o do atual governador”, disse o senador, ressaltando que não falava pelo peemedebista, mas apenas expressava sua interpretação sobre os fatos. 


“Não tem nenhuma convergência nem de ideias e nem de gestão com aquilo que Iris e todos nós dos partidos aliados temos como propostas para o Estado de Goiás.”


Ou seja, cabe ao PMDB e a Iris definirem nesta sexta qual caminho seguirão nessas eleições: mantêm a aliança com o Democratas e perdem o eventual apoio do governador, ou se juntam ao concorrente de longa data e perdem não só o apoio de Caiado e seus aliados, como também a credibilidade perante aqueles que veem em Iris um forte nome da oposição em Goiás.


Fonte: Mais Goiás

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