STJ nega cancelamento de medidas cautelares a bispo de Formosa, dom José
O bispo de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro, continua impedido de deixar o país, sem autorização judicial, obrigado a comparecer aos encontros na Justiça e a obedecer ao toque de recolher às 22h.
O novo pedido de habeas corpus, impetrado no STJ em 8 de junho, foi negado pelo ministro Felix Fischer nessa segunda-feira (18/6).
Audiências
O TJGO marcou para 9 de agosto a primeira audiência de instrução e julgamento dos réus investigados pela Operação Caifás.
Investigação
Os investigadores à frente do caso ainda não analisaram todo material apreendido durante a operação.
Em 28 de março, os agentes encontraram mais irregularidades vinculadas à Diocese de Formosa. Um documento comprova que há mais de 160 veículos registrados no nome da Cúria da Região.
Quando o Ministério Público deflagrou a operação, os investigadores encontraram na casa do monsenhor Epitácio um fundo falso com dinheiro. Os agentes apreenderam R$ 156 mil em espécie, sendo R$ 8 mil em moeda estrangeira. Ainda no imóvel, os policiais recolheram aparelhos eletrônicos e uma coleção de relógios de grife.
Os promotores dizem ainda ter encontrado notas promissórias no nome do padre Moacyr Santana, que o ligariam à lotérica de Posse, avaliada em R$ 500 mil. O estabelecimento estava no nome de dois laranjas, Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ribeiro, mas a documentação estava no nome do padre, segundo o MPGO.
Saiba quem é quem entre os indiciados na Operação Caifás:
Dom José Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa
Apontado como líder da quadrilha e preso desde 19 de março, responde por 10 acusações de apropriação indébita qualificada (por estar no exercício do ofício enquanto cometia os crimes); por falsidade ideológica; e por associação criminosa (antiga formação de quadrilha). Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral
Segundo na hierarquia da diocese de Formosa, também preso na Operação Caifás, responde por apropriação indébita qualificada (falta tipificar o número de vezes que teria cometido o crime) e associação criminosa. Na casa dele, a Polícia Civil de Goiás apreendeu mais de R$ 70 mil em dinheiro, relógios de luxo e equipamentos eletrônicos em um fundo falso no guarda roupas.
Moacyr Santana, padre
Pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa, responde por apropriação indébita qualificada pelo fato de cometer crime no exercício do ofício, por lavagem de dinheiro e por associação criminosa. O MPGO encontrou o nome do sacerdote em notas promissórias que o ligariam a uma casa lotérica em Posse (GO).
Mário Vieira de Brito, padre
O pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa, que também continua preso, responde por apropriação indébita com a mesma qualificadora dos anteriores, além de ser acusado de falsidade ideológica e associação para o crime. Ele foi flagrado em escutas telefônicas comemorando, com Moacyr, a chegada de um juiz eclesiástico, para intimidar sacerdotes contrários ao esquema, segundo o MPGO.
Waldson José de Melo, padre
Pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse, responde duas vezes por apropriação indébita qualificada, além de associação criminosa. Continua preso.
Thiago Wenceslau de Barros Barbosa Júnior, padre
Juiz eclesiástico, responde por falsidade ideológica e associação para o crime. Ainda é suspeito de receber dinheiro para intimidar padres que denunciaram o golpe e de participar da falsificação de um documento que apresentava auditoria nas contas da diocese. Está preso de segunda-feira.
Antônio Rubens Ferreira, empresário
Responde por lavagem de dinheiro. Emprestaria o nome e documentos para a compra de bens móveis e imóveis. É apontado como laranja de Moacyr.
Pedro Henrique Costa Augusto, empresário
Responde por lavagem de dinheiro. Emprestaria o nome e documentos para a compra de bens móveis e imóveis. Também apontado como laranja de Moacyr.
Guilherme Frederico Magalhães, secretário da Cúria de Formosa
Responde por apropriação indébita qualificada e associação criminosa.
Darcivan da Conceição Sarracena, funcionário da diocese de Formosa
Responde por falsidade ideológica e associação criminosa.
Edimundo da Silva Borges Júnior, advogado da diocese
Pesam contra ele as acusações de falsidade ideológica e associação criminosa.
Fonte: CorreioWeb