Promotor de Campos Belos diz, em audiência, que laudo aponta evidências de contaminação no Rio Bezerra
O promotor de Justiça de Campos Belos, Bernardo Monteiro Frayha, participou na terça-feira (19) de audiência pública realizada na Câmara Municipal de Arraias, no Tocantins.
A audiência, presidida pelo procurador da República Humberto Aguiar Júnior, teve como integrantes da mesa diretiva o promotor de Campos Belos, Bernardo Frayha; o presidente da Câmara Municipal de Arraias, Carlos César da Silva; o procurador municipal de Arraias, Márcio Moreira; os secretários de Meio Ambiente das duas cidades, José Souza e Mauro Melo, além de dirigentes da mineradora e da Fundação Natureza do Tocantins (Naturatins),e Manoel Neves, representando a comunidade.
O público, conforme registrado pelos organizadores, foi bastante representativo, uma vez que estiveram presentes moradores de Arraias e Campos Belos de diversas profissões e atividades.
A empresa Itafós, embora esteja sediada no município de Arraias, seus rejeitos são encaminhados ao Rio Bezerra que, por sua vez, deságua no município de Campos Belos.
Deliberações
Para os participantes, é imprescindível a mitigação dos danos, tendo sido deliberado que a Naturatins, fundação ligada ao governo do Tocantins, deverá encaminhar, até julho próximo, a análise conclusiva dos relatórios da Itafós, especialmente sobre a qualidade da água do Rio Bezerra, no que se refere às condições de uso nas atividades de agricultura e pecuária familiar das comunidades ribeirinhas.
A audiência integra o conjunto de ações dentro do procedimento administrativo do MPF para acompanhamento do termo de ajustamento de conduta firmado com o órgão, no ano passado, no âmbito de uma ação movida pela instituição federal contra a mineradora, em 2014.
Atuação do MP-GO
O promotor de Justiça Bernardo Frayha relata ter recebido, no final de abril deste ano, reclamação sobre a qualidade da água do Rio Bezerro, que se apresentava, há mais de 15 dias, barrenta e cujo leito estava coberto por uma lama vermelha, suspeitando-se que os danos teriam sido provocados por resíduos da barragem.
No dia seguinte à denúncia, o promotor tomou declarações sobre o funcionamento da barragem, sistema de tratamento e um histórico da empresa.