Cidades tocantinenses revelam caminhos da emancipação do Estado
O Estado do Tocantins festeja 30 anos de autonomia política e econômica, mas traz consigo uma jornada centenária, que pode ser contada por meio de suas tradições religiosas e culturais, pelo patrimônio preservado nas cidades mais antigas, pelo traçado contemporâneo de sua Capital.
A situação de isolamento da região central do Brasil só foi modificada por meio das ações dos missionários católicos e dos bandeirantes em busca de ouro. Somente a partir do século XVII, com o surgimento de povoados voltados à mineração, é que a capitania de Goiás foi desmembrada de São Paulo.
A importância deste período ainda está presente nos casarios e igrejas de Natividade, distante 220 km de Palmas, reconhecida como o primeiro povoamento e que preserva cerca de 250 prédios coloniais e as igrejas de São Benedito e a Matriz de Nossa Senhora da Natividade, além das ruínas da nunca finalizada igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, sendo seu centro histórico tombado reconhecido como Patrimônio Nacional.
As tradições católicas e dos povos quilombolas também estão presentes no folclore e festas religiosas nativitanas – e também de outros municípios – entre elas, os festejos do Divino Espírito Santo.Segurado
O município de Paranã (350 km de Palmas) também carrega consigo uma forte carga histórica. Fundado com o nome de São João das Duas Barras, ou São João da Palma, foi palco do primeiro movimento separatista.
Os projetos de Theotônio Segurado trouxeram relativo progresso à região centro-norte do Brasil.
Fundada no início do século XIX, Porto sempre esteve ligado histórica e culturalmente ao rio Tocantins.
Também fez parte da conexão aérea feita pelo Correio Aéreo Nacional, a partir de roteiro percorrido pelo brigadeiro Lysias Rodrigues nos anos de 1930, ligando o Rio de Janeiro a Belém.
Como cidade mais importante do então norte de Goiás, sempre se destacou na política e na defesa dos interesses da região. O Manifesto Tocantinense, de 1956, por exemplo, consolidou Porto Nacional como foco dos movimentos de emancipação da época.
E ainda hoje Porto é considerada berço da cultura tocantinense. Seu centro histórico é tombado como Patrimônio Nacional, sendo a Catedral de Nossa Senhora das Mercês, construída em 1894 por padres dominicanos em estilo de Toulouse – única referência da arquitetura francesa no Estado – seu principal marco.
Palmas
Muito diferente das cidades históricas do Estado, Palmas reflete em seu traçado a influência de Brasília e o sonho de trazer para esta região o desenvolvimento que estava engessado até 1988, ano de sua emancipação de Goiás.
A construção da Capital Federal, como obra planejada, atraiu as atenções ao Brasil Central. Em 1956, quando começaram as obras da nova cidade, o juiz Feliciano Braga lançou o movimento Pró-Criação do Tocantins.
A cidade de Miracema do Norte foi escolhida como capital provisória. A Capital definitiva, Palmas, foi instalada em 1º de janeiro de 1990.