Estudo diz que exame de sangue pode detectar precocemente melanoma, o mais agressivo câncer de pele
Diagnosticar precocemente a forma mais letal do câncer de pele (melanoma) é um desafio crucial, que deve ser feito com ajuda do dermatologista ao observar sinais na pele do paciente.
O novo teste de sangue experimental, descoberto por pesquisadores na Austrália, detectou com precisão a doença em 81% das vezes. Segundo os pesquisadores, o teste detecta uma combinação particular de 10 anticorpos no sangue de pessoas com câncer de pele melanoma.
Dessa forma, usando o teste, os médicos poderiam detectar o melanoma observando o seu sangue antes que eles pudessem detectá-lo olhando para sua pele.
Apesar da boa notícia, o exame de sangue ainda está em fase de estudo e estará em testes clínicos pelos próximos três a cinco anos. Esse teste precisa ter pelo menos 90% de precisão para ser aprovado pelo FDA (Food And Drug Administration).
Dados – Melanoma é o tipo de câncer de pele com o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), apesar de não ser o mais frequente câncer de pele, no ano de 2018 são estimados 2.920 casos novos em homens e 3.340 casos novos em mulheres.
De acordo com a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, embora a principal causa do melanoma seja genética, a exposição solar também influencia no aparecimento da doença — principalmente com os elevados índices de radiação que atingem níveis considerados potencialmente cancerígenos, onde ocorre exposição à radiação UVA/UVB E IR (infravermelho).
Diagnóstico Precoce — Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença, segundo a SBD. “Por isso, a realização do autoexame dermatológico é necessária”, explica a Dra. Claudia Marçal.
Autoexame — O autoexame deve ser realizado principalmente nas pessoas de pele clara, aquelas que possuem antecedentes familiares de câncer de pele, têm mais de 50 pintas, tomaram muito sol antes dos trinta anos e sofreram queimaduras.
Examine seu rosto, principalmente o nariz, lábios, boca e orelhas.
Para facilitar o exame do couro cabeludo, separe os fios com um pente ou use o secador para melhor visibilidade.
Preste atenção nas mãos, também entre os dedos.
Levante os braços, para olhar as axilas, antebraços, cotovelos, virando dos dois lados, com a ajuda de um espelho de alta qualidade.
Foque no pescoço, peito e tórax. As mulheres também devem levantar os seios para prestar atenção aos sinais onde fica o soutien. Olhe também a nuca e por trás das orelhas.
De costas para um espelho de corpo inteiro, use outro para olhar com atenção os ombros, as costas, nádegas e pernas.
Sentada (o), olhe a parte interna das coxas, bem como a área genital.
Na mesma posição, olhe os tornozelos, o espaço entre os dedos, bem como a sola dos pés.
De acordo com a dermatologista, este tipo de cuidado de rotina, principalmente para quem tem a pele muito clara e com muitas pintas, promove consciência e aguça o olhar sobre as lesões, aumentando a percepção de mudança ou seu crescimento. O passo seguinte, ou mesmo em caso de dúvida, é visitar o dermatologista.
Lesões preocupantes — Para saber se uma lesão é mais preocupante, normalmente é usada a regra do ABCD (área, borda, cor e diâmetro) sobre pintas com pigmentação.
Além de prevenir o surgimento do melanona, o autoexame, por ser uma avaliação em que o paciente começa a detectar precocemente lesões que apresentam sinais e sintomas diferentes dos habituais ou que estão crescendo, proporciona visitas precoces ao dermatologista que decidirá sobre o tratamento terapêutico em questão com chances maiores de cura.
Fonte: DRA. CLAUDIA MARÇAL – É médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).