Kalungas: maior território quilombola do Brasil começa a ser mapeado
A Associação Quilombo Kalunga (AQK) deu em janeiro de 2019 um passo marcante nas ações do projeto “Uso do Geoprocessamento na Gestão do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga – SHPCK”, fomentado pelo Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, da sigla em Inglês para Critical Ecosystem Partnership Fund).
O projeto foi aprovado e assinado pelo Fundo em junho do ano passado. O processo de georreferenciamento e a caracterização ambiental do Sítio Histórico foram divididos em duas fases.
A segunda etapa compreenderá a associação dos levantamentos de campo com a base cartográfica e o mapeamento temático realizado por meio de geoprocessamento e sensoriamento remoto. Será feito também o levantamento cadastral das atividades de garimpo, retirada ilegal de madeira e pesca predatória, e dos atrativos turísticos.
Conscientização ambiental
Durante a aplicação das pesquisas, as famílias quilombolas também serão mobilizadas sobre a importância da preservação da biodiversidade em todo o território.
De acordo com o levantamento prévio feito pela Associação, há 19 espécies localmente ameaçadas encontradas na região. As espécies-alvo de conservação foram priorizadas de acordo com o critério de grau de ameaça, focado em espécies que enfrentam risco extremamente elevado de extinção na natureza, exigindo ações urgentes de conservação.
De acordo com Vilmar Souza Costa, presidente da Associação Quilombo Kalunga desde 2014, a experiência do povo Kalunga de convivência harmoniosa com o Cerrado por quase três séculos é um exemplo a ser seguido, e a luta pela preservação deste bioma é um dos principais objetivos da Associação.
O Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos vem atuando desde o ano de 2.000 para assegurar a participação e a contribuição da sociedade civil na conservação de alguns dos ecossistemas mais ricos do mundo do ponto de vista biológico, porém atualmente ameaçados.
Fonte: Sagres – Por Karin Villatore