MPF em Goiás abre Consulta Pública sobre Termo de Ajustamento de Conduta a ser proposto ao Facebook

O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás abriu Consulta Pública, nesta segunda-feira (4), para receber sugestões da sociedade civil, órgãos, entidades e especialistas à minuta do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que será proposto ao Facebook Serviços Online do Brasil Ltda.
O Marco Civil da Internet (lei nº 12.965/2014) estabelece os princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, tendo como fundamento a liberdade de expressão.
Para o MPF, as normas constitucionais e legais que regulam a internet no Brasil o fazem com vistas à liberdade de expressão, ao direito de acesso de todos à informação, ao conhecimento e à participação na vida cultural e na condução dos assuntos públicos, impedindo, assim, a censura e a discriminação de usuários por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade, filosofia, política, religião etc. Essas normas se aplicam aos provedores em geral, nacionais e estrangeiros, inclusive aos proprietários de redes sociais.
A despeito da legislação vigente no país, o que se tem verificado nos últimos tempos é que provedores proprietários de redes sociais estão, ilicitamente e por conta própria, impondo sanções de exclusão de conteúdo, redução de alcance orgânico, bloqueios de acesso, banimento de usuários etc., por motivações discriminatórias, o que caracteriza grave violação ao ordenamento jurídico brasileiro.
A lei nº 12.965/2014 determina que o provedor somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente.
De acordo com o procurador da República Ailton Benedito de Souza, responsável pela elaboração do TAC, mesmo eventual sanção a usuário praticada diretamente por provedores deve observar a lei nº 12.965/2014.
Para Ailton Benedito, a assinatura do TAC pelo Facebook é medida necessária para garantir o cumprimento do Marco Civil da Internet, conferir maior transparência em eventuais sanções aplicadas aos usuários e garantir a neutralidade da rede, evitando, assim, censura ilícita.
Como participar da consulta
Núcleo de Tutela Coletiva da Procuradoria da República em Goiás, pelo e-mail prgogabinetedrailtonbenedito@mpf.mp.br.
Para mais informações, lei o edital de Consulta Pública e a minuta do TAC elaborada pelo MPF.