Conheça as Cavalhadas de Taguatinga, o maior espetáculo equestre do Tocantins
No Brasil a tradição das Cavalhadas teria chegado por volta de 1756 com os portugueses. Cada região e Estado possui suas particularidades. Em Taguatinga, há 460 km de Palmas, elas acontecem junto às homenagens a Nossa Senhora d’Abadia, padroeira local.
A manifestação de uma batalha equestre, teria chegado à cidade quando o então deputado João Batista de Almeida trouxe a festa que viria a se tornar tradição.
A tradicional simulação da luta entre os 24 cavalheiros divididos em vermelho (mouros) e azul (cristãos), acontece todos os anos, sempre nos dias 13 e 14 do mês de agosto – os festejos de Nossa Senhora D’Abadia iniciam dia 7 e finalizam dia 15.
O Ritual
A história mostra a dinâmica existente nos eventos folclóricos e populares e a forte relação entre poder público e comunidade.
Conhecido como “A Batalha de Carlos Magno e os 12 Pares de França”, um dos símbolos da resistência e avanços da religião cristã na luta por terras e novos fiéis. Os diálogos entre embaixadores sarracenos e cristãos apresentados no campo, foram elaborados a partir de romances de cavalarias.
O ritual da luta entre mouros e cristãos é antecedido pelo desfile dos caretas pelas ruas da cidade, que depois se dirigem ao campo de apresentação das Cavalhadas. É um grupo de mascarados representando o imaginário medieval de bruxas, caras de boi, chifres e outros animais.
Aos pés das Serras Gerais, no campo de apresentações, acontece a entrada do cortejo do imperador e da madrinha, com cavaleiros mirins, princesas, grupo de pastorinhas.
O espetáculo de cores, brilho e sincronia é uma simulação de luta, que os cavaleiros representam através de evoluções e movimentos de espada, lança e garrucha.
História: tradição européia no interior tocantinense
Na Idade Média, os árabes foram denominados genericamente de mouros. Estes povos invadiram a Europa por volta do século VIII e só foram banidos do continente europeu no século VX.
As Cavalhadas eram apresentadas principalmente na França, Espanha e Portugal, visando revitalizar o patriotismo das duas nações, quase descaracterizadas pelo prolongado domínio dos mouros na Península Ibérica.
Alguns historiadores acreditam que as Cavalhadas tenham sido introduzidas no Brasil pelos padres jesuítas como meio de facilitar a catequese através da junção entre o sagrado e o profano.
Em 1936, o deputado João Batista de Almeida, com a ajuda de Francisco Correia de Oliveira, resolveu levar para a cidade de Taguatinga a velha tradição ibérica, que teve como seu primeiro imperador Martinho Taguatinga.
Fonte: Jornal O Girassol, Taguavip via SudesteTocantins