Comunidade Kalunga Pelotas afirma que há três dias ônibus escolar não passa e crianças perdem aulas

Dezenas de pessoas da comunidade Kalunga Pelotas, no município de Monte Alegre de Goiás, têm reclamado da falta de transporte escolar que deveria atender as crianças diariamente.

Localizada ao pé da serra, a comunidade depende exclusivamente do transporte escolar para garantir o acesso à educação. Sem ele, as crianças ficam impossibilitadas de estudar, o que provoca impactos graves em suas vidas e compromete o futuro delas como cidadãos plenos.

Os pais relatam que a ausência do transporte escolar tem sido recorrente, com problemas surgindo praticamente todas as semanas.

“Nós, pais, estamos cansados, oprimidos. O Ministério Público já abriu procedimento, mas nada foi resolvido. Pediram monitores e nada foi feito. Temos crianças abaixo de dez anos nos veículos, sem apoio adequado. Isso tem gerado muitos problemas, inclusive agressões e casos de abuso”, relata uma mãe, que pediu anonimato por medo de perseguições políticas.

Além disso, os pais afirmam que as dificuldades de transporte escolar afetam diretamente o desempenho acadêmico das crianças. “Os alunos daqui têm notas menores que os da zona urbana. Não recebem certificados de aluno destaque. Faltam mais do que frequentam a escola. É lamentável. Não podem ser reprovados e acabam sendo aprovados sem aprender. Também não há reposição de aulas, apenas de matérias, e isso prejudica ainda mais o aprendizado”, explica outro morador.

Nesta quarta-feira (27), procuramos o prefeito Felipe Campos para questioná-lo sobre o problema. O gestor informou que nesta semana o ônibus que atende a comunidade quebrou, e a peça necessária para o conserto levará cerca de dois dias para chegar. Ele ressaltou que o veículo destinado ao Pelotas é novo e possui ar condicionado.

Apesar dessa explicação, a situação demanda atenção e prioridade por parte da gestão municipal. A ausência do transporte escolar não é apenas um contratempo logístico, mas uma violação ao direito à educação, que deve ser garantido de forma ininterrupta.

Além do impacto no aprendizado, a falta de transporte compromete a segurança e o bem-estar das crianças, deixando-as vulneráveis a uma série de riscos. Gestores públicos têm o dever de tratar essa questão com zelo, garantindo que o transporte escolar funcione de forma eficiente, com motoristas capacitados, manutenção preventiva rigorosa e monitores para garantir a segurança dos estudantes mais jovens.

Sugerimos ao prefeito que dê atenção especial à comunidade Kalunga Pelotas, uma população carente e geograficamente isolada, que não pode continuar sendo negligenciada. É essencial que a gestão municipal adote medidas estruturais para evitar problemas recorrentes e assegurar o pleno funcionamento do transporte escolar.

Também orientamos os pais a permanecerem vigilantes quanto à qualidade do serviço prestado, cobrando rigorosamente as soluções necessárias. Caso ocorram novas falhas, informem ao Blog, para que possamos dar visibilidade ao problema e pressionar politicamente por mudanças concretas.