Ministério das Comunicações visita o maior território quilombola do Brasil para ouvir reivindicações de moradores

O Ministério das Comunicações promoveu nesta quarta (30) e quinta-feira (31) duas rodas de conversa em comunidades do maior território quilombola delimitado e demarcado do Brasil. Os encontros ocorreram em Cavalcante (GO) e em Teresina de Goiás (GO).

Durante as agendas, a população quilombola conheceu mais sobre as políticas públicas implementadas pelo ministério e pôde tirar dúvidas e fazer reivindicações relacionadas à comunicação e conectividade.

As reuniões ocorreram depois que a pasta efetuou a entrega de 15 notebooks à Associação do Quilombo Kalunga (AQK), que vai distribuir os equipamentos na comunidade.

As rodas de conversa contaram ainda com a participação de representantes do Ministério do Turismo; Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e Ministério da Igualdade Racial.

As reuniões e a entrega das máquinas foram intermediadas pela Assessoria de Participação Social e Diversidade (Aspad) do Ministério das Comunicações.

A chefe do setor, Ludymilla Chagas, ressaltou a importância de ouvir essa população. “Foram encontros muito produtivos e pudemos conhecer melhor o que eles precisam quando o assunto é conectividade. Os outros ministérios também os ouviram e as demandas serão encaminhadas aos respectivos setores para que possamos dar celeridade aos pedidos”, disse.

Os anseios das comunidades dizem respeito, principalmente, à implantação de rádios comunitárias, a instalação de internet de qualidade nas escolas e a melhoria do sinal de internet e de telefonia nas residências dos territórios.

Na quarta (30), a reunião aconteceu na Comunidade Kalunga Engenho II, em Cavalcante. “Foi um encontro muito interessante. É sempre bom contar com representantes do governo em nosso território, para que eles saibam das nossas prioridades. Temos, hoje, uma internet precária e precisamos de uma rádio comunitária. Espero que isso seja resolvido o quanto antes”, afirmou Dominga Natália Moreira dos Santos, uma das lideranças da comunidade.

No dia 31 (quinta-feira), o encontro foi realizado no Colégio Estadual Quilombola Kalunga Mãe França, na Comunidade Kalunga Ema, em Teresina de Goiás.

“Necessitamos, urgentemente, de uma internet de qualidade aqui na escola. Essa presença do governo aqui é importante para mudar a realidade do nosso povo. Precisamos que políticas públicas efetivas que cheguem nessas localidades, onde a população mais precisa”, disse o professor da escola, Adão Fernandes da Cunha.

Maior do país

O território Quilombo Kalunga foi reconhecido pela ONU como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil. O título é concedido a regiões que mantêm a conservação da natureza e asseguram o bem-estar de seu povo. A área também é considerada o maior território quilombola do Brasil. A comunidade está no local há mais de 300 anos e toda a área segue preservada.

Ao todo, 39 comunidades vivem no local, em uma área de aproximadamente 262 mil hectares. São quase 8 mil habitantes, que têm na agricultura sua principal atividade econômica.

Novembro negro

As ações do Ministério das Comunicações estão sendo realizadas em alusão ao Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 deste mês.