De Campos Belos (GO): Laudo comprova lesão profunda e violência sexual em miss trans
O resultado do exame da miss trans, Jade Fernandes, de 23 anos, comprovou que ela foi vítima de violência sexual e constatou uma lesão profunda conforme mostra o laudo.
O caso de Jade Fernandes veio a público no último final de semana, quando a modelo denunciou um delegado de polícia de estupro, após ele oferecer uma carona a ela em uma festa.
A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) investiga as denúncias feitas pela modelo contra o delegado. O resultado do exame que comprova que ela foi vítima de violência sexual já foi encaminhado as autoridades.
Polícia também aguarda laudo da perícia do carro do delegado
Segundo o exame feito por Jade, a modelo teve uma relação sexual violenta e que a mesma lhe deixou uma lesão profunda e sangramento por dias.
O delegado que é apontado como o agressor da modelo foi afastado de suas funções, após as denúncias feitas por Jade contra ele. O investigador apenas se contentou em divulgar uma nota na qual afirma que é inocente e que vai provar a sua inocência.
A polícia também aguarda o resultado da perícia do carro do delegado, no qual a modelo afirma ter sido vítima do investigador.
O caso
A mulher trans, natural de Campos Belos (GO), denunciou ter sido estuprada pelo delegado Kleyton Manoel Dias, da 8ª Delegacia Distrital de Goiânia (GO), após ele oferecer carona para ela ao saírem de uma festa.
A vítima, Jade Fernandes, já venceu um concurso de miss e também é modelo.
As informações são da TV Anhanguera, afiliada à Rede Globo. A a autoridade policial nega a acusação. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Segundo a TV apurou, a vítima relatou à polícia que o abuso teria ocorrido na madrugada de sexta-feira, 5, após ela ir a uma festa organizada por um jornalista em uma boate em Goiânia, onde o delegado também estava entre os convidados. Após o término da celebração, o jornalista se retirou, e o delegado teria oferecido carona tanto para ela quanto para outra mulher.
Conforme conta, inicialmente Kleyton teria deixado a outra mulher em sua residência e, em seguida, dirigiu-se à casa da vítima. Segundo ela, em determinado momento, ele a conduziu até o porta-malas do veículo, onde cometeu o abuso. Posteriormente, teria a deixado em casa, localizada no Setor Jaó.
Registros de uma câmera de vigilância obtidos pela TV Anhanguera mostram um carro estacionado em frente à casa da vítima, mostrando o momento em que ela sai do veículo completamente nua.
A mulher mora com o amigo, que relatou que ela chegou em casa dopada e bastante ferida. Diante da situação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e ela foi conduzida ao hospital para receber assistência médica. “Estava muito dopada, muito dopada. Então, ela chegou na porta de casa completamente nua, com alguns pertences”, afirmou o amigo.
A vítima conseguiu uma medida protetiva que obriga o delegado a manter distância dela e de sua família. Ela também postou uma nota em suas redes sociais após o ocorrido. “Eu tive medo, vergonha de contar para alguém por horas, de ser taxada como mentirosa. Eu não queria que as pessoas me vissem como vítima”, escreveu a miss.
Ela não detalhou o ocorrido, mas citou o abuso e afirmou que sentiu medo de “contar o fato da noite de ontem [sexta]”. “Eu tive medo, vergonha de contar para alguém por horas, de ser taxada como mentirosa. Foi muito humilhante para mim, mas por um momento eu achava que estava louca. Teve um momento que senti que estava perdendo o controle da realidade, comecei a questionar se o abuso tinha realmente acontecido”, acrescentou.
Corregedoria acompanha caso
Em nota enviada ao Terra, a Polícia Civil de Goiás informa que, assim que tomou conhecimento do fato, adotou todas as medidas necessárias para seu esclarecimento, sendo o caso investigado pela Delegacia da Mulher (Deaem) com auxílio e acompanhamento da Corregedoria.
Delegado nega acusações
Já o delegado Kleyton Manoel Dias nega as acusações. Confirma o posicionamento dele na íntegra:
“De início, repudia veementemente as acusações e se coloca à inteira disposição das autoridades nas investigações que apuram o caso.
Informa que ainda não foi ouvido no inquérito que investiga o suposto estupro. Irá provar a sua inocência e neste momento está muito abalado com o ocorrido, cuidando de sua família, esposa e filho.
Por fim, pede encarecidamente a todos cautela nas conclusões precipitadas, que aguardem as conclusões das investigações no esclarecimento dos fatos, que ao final irá demonstrar a sua inocência.”