Crônica: “O bar como celebração da memória e da cultura brasileira”
Por Marco Antonio Martire,
Sentir o bar como ponto de encontro. Quem frequenta mal consegue esperar para chegar no final do expediente de trabalho.
Dele o povo parte para as resenhas, sem a menor dúvida sobre onde ir. As festas mais aguardadas são realizadas nele, os aniversários, os lançamentos de livros e as apresentações de música. Ou aquele show que fulano pretendia realizar desde sempre.
Agora, imagina esse cenário multiplicado por várias turmas, galeras que adotaram o point e se acostumaram a se encontrar entre as paredes queridas do lugar. A identificação é tal que talvez alguns tenham até “conta de pendura” no local.
Mas isso é o dono quem decide, ele que é dono do maior sorriso do bairro. Bairro que recebe até gente de fora, atrás do chope gelado e dos petiscos. Um ponto de encontro como esse tem os melhores pratos para beliscar. Comida própria e autoral, além da tradicional batata frita e da linguiça.
Se os frequentadores forem gente boa, talvez até haja no bar um movimento em prol de música ao vivo. Bares valorizam os artistas da noite assim, abrindo espaço para que eles se apresentem e mostrem a todos seus talentos. Desse jeito, eles encontram público. Lançam música e composições próprias.
O que se quer dizer é que lugares como um bom bar são pura confraternização, onde as festas da comunidade são inspiradas, planejadas e também celebradas. Neles nascem relacionamentos que se tornam futuros casamentos, além de singelas memórias da família. É lindo quando, mais tarde, atravessando o tempo, se transformam em clássicos, programas imperdíveis, diversão para pai, mãe, filhos e filhas.
E o desejo de todos costuma ser, sem erro: que essa confraternização dure para sempre.
*Marco Antonio Martire é escritor e comunicador, pós-graduado em Língua Portuguesa. É autor dos livros “Entre Muitas Vozes” e “Capoeira Angola mandou chamar”